Sexta-feira, Maio 3, 2024
spot_img

Dugongo afirma não ter vindo desestruturar à indústria cimenteira

A direcção da empresa de capitais chineses, Moçambique Dugongo Cimentos, veio a público rebater os argumentos dos concorrentes, 44 dias depois do “cartel” do cimento ter acusado a empresa de uma concorrência desleal, garante que veio ao país para a ajudar a indústria cimenteira a reduzir os seus custos de produção. As explicações foram dadas esta quinta-feira, em Maputo, durante um debate organizado pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA).

“A Moçambique Dugongo Cimentos não veio para desestabilizar o mercado de cimento no país, muito pelo contrário, nós queremos contribuir para ajudar as outras empresas a reduzirem as suas importações em matéria-prima, porque, para além de cimento produzimos clínquer, que é a principal matéria-prima do cimento”, afirmou o Presidente do Conselho de Administração (PCA) da empresa, Víctor Timóteo.

Timóteo acrescentou ainda que “se, por um lado, são nossos concorrentes, por outro, são nossos clientes, nós nunca racionalmente podíamos fazer uma campanha de acabar com os nossos próprios clientes”

Segundo Victor Timóteo, a empresa fixou o seu preço consoante a taxa de câmbio em vigor na altura do início de operações, que oscilava entre 55 a 60 Meticais por Dólar, saindo de níveis elevados de 74 Meticais, um USD, no princípio do ano.

“Além disso, nós ajustamos o nosso preço ao valor por tonelada no mercado regional que está entre 85 a 100 USD. A nossa fixação de preço baseou-se nisso, porque para além do mercado doméstico também competimos a nível da região”, concluiu o PCA da Moçambique Dugongo Cimentos.

Com base nessa explicação sobre fixação do preço cimento, depreende-se que caso a taxa de câmbio se deprecie, isto é, o Metical se desvalorize em relação ao USD, a probabilidade de o preço do cimento da Moçambique Dugongo Cimentos subir é maior. Ora, a tendência da taxa de câmbio do Banco de Moçambique é de permanente depreciação do Metical face ao USD.

Lembre-se que, no passado dia 15 de Junho, sete empresas de produção de cimento (Adil Cement, África Cement Factory, Cimentos de Maputo, Cimento Nacional, Limak Cement Factory, Royal Cement e Suneira Cement) submeteram uma carta ao Ministério da Indústria e Comércio a acusar a Moçambique Dugongo Cimentos de praticar preços que violam a Lei n° 10/2013, que estabelece o regime jurídico de concorrência no país aplicável às empresas privadas e públicas e que abrange todas as actividades económicas exercidas.

No documento, os gestores das sete empresas pediam a intervenção do Governo, alegando estarem a ser prejudicadas gravemente pelos preços praticados pela indústria instalada no distrito de Matutuine, província de Maputo. Carlos Mesquita nunca chegou a responder o documento.

Sublinhar que a Dugongo Cimentos iniciou as suas operações em Maio passado, sendo que, desde a sua entrada em funcionamento, algumas empresas estão a fechar, como é o caso da empresa Cimento Nacional Lda., que operava na província de Maputo. O cimento chegou a custar 750 Meticais, o saco de 50 Kg, mas actualmente é vendido entre 220 e 255 Meticais.

Entrevistas Relacionadas

Governo apresenta estratégias para acelerar a transição energética

O Ministro dos Recursos Minerais e Energia, Carlos Zacarias,...

Taxa de juros de referência vai descer para 22,30 em Maio

A Associação Moçambicana de Bancos (AMB) anunciou nesta Quarta-feira...

Mulheres moçambicanas reconhecidas por contribuições notáveis em diversas áreas

A cidade de Maputo foi palco do evento Women...

Governo analisa proposta de aumento de salário mínimo

O salário mínimo em Moçambique, actualmente em 4791 meticais,...