Sexta-feira, Novembro 22, 2024
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Economia e liderança: Fundação SPROWT junta mulheres em Maputo  

O evento que resultou da parceria entre a Fundação SPROWTe a BRICS Women’s Business Alliance África do Sul (BWBASA), através do suporte institucional da PIONEER Leadership Network for Women in Africa, juntou, numa só sala, várias mulheres, vindas de diferentes instituições, com diferentes perspectivas e qualidades peculiares.

A Presidente da Fundação SPROWT, Rumina Noormahomed, foi quem dirigiu a cerimónia de abertura do evento e perante aos conferencistas esclareceu que mais do que o empoderamento, a mulher precisa de equidade, pois desta forma, poderá ser autora dos sectores-chave do desenvolvimento sócio-económico.

“Deixem-me expressar a razão de aqui vos falar de equidade, e não empoderamento, porque a equidade dá o exacto direito da mulher estar no mesmo patamar, nível, posição, cargo etc, colocando o seu direito e conhecimento como factores mensuráveis e únicos”, explicou a líder.

A Women’5 Frontline Development Conference, tal como o nome diz, teve como objectivo principal, elevar as mulheres em lugares de liderança, compartilhar conhecimentos e promover o papel da mulher no ambiente profissional.

Sobre a liderança feminina, a Presidente da SPROWT diz que confiar uma responsabilidade a uma mulher, é garantir que essa função vai ser exercida pela pessoa certa. Seja por isso que é pertinente que elas acreditem nas suas valências, para o sucesso de quaisquer domínios de desenvolvimento.

“As qualidades intrínsecas da mulher permitem que ela contribua exactamente a todos os níveis, e específicamente no mundo corporativo, para maiores resultados financeiros nas empresas, para uma melhor e maior coesão na liderança, capaz de dar maior suporte e estabilidade na organização, ter potencial para o desenvolvimento do negócio, serem grandes empreendedoras”, afirmou.

Falando virtualmente, a Presidente da BRICS WBA, Lebogang Zulu, defende a necessidade de mais oportunidades de investimento na mulher em África, sublinhando que elas têm capacidades de tomar partida dos destinos da região da África Austral e do continente, no geral.

Para Zulu, as mulheres devem centrar as suas atenções em contribuir para a economia dos seus países, mas isso passa por elas trabalharem de forma colaborativa e consistente. A dirigente da organização explicou que a colaboração entre as mulheres constitui uma vantagem no sentido de partilha de conhecimentos e oportunidades.

“O nosso cometimento tem de focar-se no estímulo à criação de oportunidades de parceria e iniciativas de financiamento ao empresariado feminino. Como empreendedoras, temos a responsabilidade de tornaras palavras em acções”, expressou-se.

O evento foi, igualmente, testemunhado pela representante do Governo da África do Sul, concretamente do departamento da Mulher, Juventude e Pessoas com Deficiência, Anna Mnguni.

Mnguni lembrou que a representatividade da mulher em vários sectores de actividade continua significativamente crítica, facto que coloca esta camada social numa situação de vulnerabilidade.

À margem da conferência, houve exposições de programas desenvolvidos pela SPROWT (Women on Boards), que visam preparar quadros femininos de empresas, instituições e organizações dos sectores privado e público, para que desenvolvam competências em áreas fundamentais para o exercício dassuas funções.

O programa da BRICS WBA SA tem como objectivo cooperar activamente paraa participação da mulher em processos de desenvolvimento económico dos seus países. A Total, com o WISE+ Junior, cria oportunidades profissionais no sector de energia para mulheres em início de carreira, providenciando estágios erecrutamento.

A Coca-Cola (Women in Leadership) desenvolve capacitações, recruta, cria e promove talentos e oportunidades de crescimento profissional da mulher. A Just People agencia mulheres influenciadoras, possibilitando-lhes emergir na economia digital no domínio das artes.

Houve também expressões culturais, com Sebastião Coana exibindo um quadro por si pintado, cuja mensagem expressa as lutas diárias da mulher para a estabilidade financeira para si e para o meio que a rodeia. A Lenna Bahule abrilhantou o evento cantando fusão de ritmos afro-culturais e Leia Mabasso tomou conta do palco com os seus bailados de dança do ventre ao som de música afro deep-house.

 

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