Saíde, que falava no último dia (23 de Junho) da Conferência Anual do Sector Privado (CASP), na cidade de Maputo, afirmou que do nada vai valer almejar um transição energética se nem os recursos que o país possui ainda não passaram para a fase de transformação e processamento.
“Se quisermos avançar para a transição energética temos que olhar para o factor dimanizador dessa industrialização. O que eu quero dizer é que as energias renováveis vão precisar de energia firme para sua efectivação, dai que o processamento joga um papel importante”, começou por explicar o governante.
Saide elencou o gás, o lítio, carvão mineral, entre outros recursos que afloram no território moçambicano como matérias-primas, cuja transformação pode dar lugar à transição energética que se deseja.
Segundo disse, a transição justa passa por estabelecer esse equilíbrio, entre o desejo de migrar energeticamente e o fomento da industrialização para o lacance dessa agenda.
O dirigente indicou, por exemplo, que o mundo vem ensaiando a introdução de carros eléctricos e sublinhou que Moçambique dispõe de recursos capazes de produzir os dispositivos usados para pôr a circular os veículos movidos à energia eléctrica, mas o que vai ditar esse objectivo é a industrialização.
“Dizemos sim à transição energética, mas que seja de forma justa, que é olhar para os recursos que temos para que possamos entrar neste mercado global em pé de igualdade”, explicou Saíde.
Na sexta-feira passada, António Saíde compunha ao painel subordinado ao tema “Alocação do gás natural para industrializar Moçambique- Políticas, Estratégias, Planos de Acção e Oportunidades para o Sector Privado”.
Neste painel a tónica comum entre os oradores foi que os recursos naturais devem beneficiar, em grande medida, à população moçambicana e a menor tranche é que deve ser exportada.
A propósito, a Sasol, empresa petrolífera sul-africana que explora o gás natural no distrito de Temane na província de Inhambane, esteve presente no evento. Em representação da empresa, Ovídio Rodolfo, director geral da Sasol Moçambique, lembrou que a firma mantém o compromisso de alocar 65 por cento de gás para o consumo doméstico e os outros 35% destinam-se à exportação.
O tema em alusão foi também apresentado pelo empresário Salimo Abdula, Michele Poggi e Eyob Easwaren, Presidente do Conselho de Administração da Intelec Holdings, um conglomerado de empresas de diversos sectores de actuação, pela directora da SAIPEM em Moçambique e representante da área de financimento de infraestruturas da Eastern and Southern African Trade and Development Bank (TDB), respectivamente.