O PCA da Bolsa de Valores de Moçambique (BVM), Salim Valá, disse que a instabilidade global tem afectado o desempenho das empresas e investidores nacionais, sublinhando que mesmo face às adversidades, o mercado de capitais moçambicano tem “um desempenho positivo”.
“As consequências da pandemia, as flutuações dos preços nos mercados internacionais, o bloqueio nas cadeias de distribuição globais, as fortes pressões inflacionistas resultantes das restrições económicas devido ao conflito na Europa de Leste, trouxeram mais riscos e incertezas para um clima económico que estava já turbulento”, afirmou durante a sua apresentação no Economic Briefing, que decorreu na passada quinta-feira, 9 de Novembro, em Maputo.
Segundo os presidentes da BVM, Moçambique “continua a ser influenciado pelas tendências da economia global, onde a diminuição da procura e a consequente queda dos preços das principais commodities exportadas acabam por ter um impacto negativo no nível das exportações do país.
Portanto, receios de fenómenos climáticos extremos e das consequências de conflitos geoestratégicos em áreas sensíveis do mundo, com o risco de aumento dos preços de bens básicos como combustíveis, transportes e alimentos, que são agitando os mercados internacionais, afetaram a economia”, disse ele.
No entanto, passando do contexto macroeconómico global para uma visão mais local, Salim Valá nota que, “mesmo face a estes dilemas, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) tem evoluído positivamente, e a taxa de inflação tem-se mantido uma tendência descendente”, destacando também “a estabilidade do metical face ao dólar”.
Olhando para o estado do sistema financeiro moçambicano, sublinhou “a resiliência do sector bancário, que se tem mostrado sólido e bem capitalizado, com o rácio de solvabilidade fixado em 24% em Setembro de 2023, correspondendo a 12,0 pontos percentuais acima do que foi recomendado”, concluiu.