Wednesday, December 3, 2025
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Modernização da rede eléctrica na África do Sul enfrenta obstáculos financeiros

O plano da África do Sul de modernizar sua rede eléctrica, essencial para a transição do carvão para energias renováveis, está enfrentando sérias dificuldades financeiras. O governo precisa de US$ 21 bilhões para expandir a infra-estrutura eléctrica do país, mas está lutando para encontrar investidores dispostos a financiar o projecto. A situação é ainda mais complicada devido à situação financeira precária da Eskom, a empresa estatal de energia que detém o monopólio do sector.

Desde as eleições de Maio, que trouxeram ao poder um governo de colisão, houve uma mudança política em direcção às energias renováveis. No entanto, anos de atrasos burocráticos e mensagens contraditórias sobre a transição do carvão dificultaram os avanços. Agora, enquanto empresas privadas como Mainstream Renewable, EDF Renewables e Acciona SA estão prontas para impulsionar o sector, a África do Sul enfrenta o desafio de conectar a energia gerada em regiões ensolaradas e ventosas aos centros urbanos que mais precisam dela.

Os doadores internacionais ofereceram US$ 11,6 bilhões, principalmente na forma de empréstimos destinados a projectos climáticos. No entanto, esses fundos não serão disponibilizados para a Eskom sem garantias soberanas, algo que o governo sul-africano não pode fornecer actualmente devido ao alto nível de endividamento da empresa. A Eskom deve mais de 400 bilhões de rands (US$ 21 bilhões) e enfrenta um problema adicional: municípios falidos devem à empresa cerca de 78 bilhões de rands (US$ 4,2 bilhões), o que representa uma “ameaça existencial”, segundo o novo ministro da Energia, Kgosientso Ramokgopa.

A expansão da rede elétrica sul-africana, que incluiria a construção de cerca de 14 mil quilómetros de linhas e postes, é crucial para o sucesso da transição energética. No entanto, até o momento, as negociações para encontrar uma solução de financiamento continuam sem progresso.

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