A produção de grafite em Moçambique, essencial para a fabricação de baterias eléctricas, registou uma queda de 40% no primeiro semestre de 2024, segundo o relatório de execução orçamental divulgado nesta Quinta-feira, 22 de Agosto. O recuo na produção, que atingiu apenas 34,8 mil toneladas, contrasta com as 58,7 mil toneladas contabilizadas no mesmo período do ano passado.
O relatório aponta que a redução drástica na produção deve-se à paralisação das actividades da GK Ancuabe Graphite Mine desde 2023 e à interrupção dos trabalhos na Twigg Mining and Exploration, subsidiária da mineradora australiana Syrah em Moçambique. A baixa demanda global por grafite e a volatilidade dos preços no mercado internacional contribuíram para essa situação.
A produção registada no primeiro semestre corresponde a apenas 11% da meta estipulada pelo Governo moçambicano, que espera alcançar 329 mil toneladas até o final do ano.
Em Abril deste ano, a Syrah Resources, que opera no distrito de Balama, Cabo Delgado, anunciou o início do fornecimento de grafite para a BTR New Materials, uma fabricante de baterias localizada na Indonésia, que adquiriu 10 mil toneladas do minério. Essa transacção marcou a primeira venda de grandes volumes de grafite moçambicano para uma produtora de baterias fora da China.
“Esta venda a granel segue-se a um envio experimental de contentores de finos de grafite natural de Balama para a Indonésia. Esta importação é mais um passo importante na nossa estratégia de diversificação de vendas”, informou a mineradora.
Além disso, a BTR New Materials Group está construindo uma fábrica de baterias na Indonésia, avaliada em 478 milhões de dólares, com produção prevista para iniciar ainda este ano, o que pode resultar em novas vendas de grafite moçambicano.
Principais factores para a redução da produção
A redução drástica na produção é atribuída principalmente à paralisação das actividades da GK Ancuabe Graphite Mine, que está inactiva desde 2023, e à interrupção das operações na Twigg Mining and Exploration, subsidiária da mineradora australiana Syrah Resources em Moçambique. Além disso, a baixa demanda global por grafite e a volatilidade dos preços no mercado internacional contribuíram para a queda acentuada na produção.
Impacto económico
A produção registada no primeiro semestre de 2024 corresponde a apenas 11% da meta estipulada pelo governo moçambicano, que havia projectado alcançar 329 mil toneladas até o final do ano. Essa discrepância acentuada entre a meta e o resultado real reflete os desafios enfrentados pela indústria de mineração de grafite no país, que precisa lidar com questões operacionais e de mercado que afectam a sua capacidade de produção.
Perspectivas:
Embora a indústria de grafite em Moçambique enfrente dificuldades, também existem sinais de oportunidades emergentes. Em Abril de 2024, a Syrah Resources, operando no distrito de Balama, Cabo Delgado, anunciou a primeira venda significativa de grafite moçambicano para uma fabricante de baterias fora da China. A empresa forneceu 10 mil toneladas de grafite para a BTR New Materials, localizada na Indonésia. Essa transacção sinaliza a abertura de novos mercados para o grafite moçambicano e pode representar um passo importante para a diversificação das exportações do país.
Necessidade de investimentos em Infra-estrutura e tecnologia
Para que Moçambique possa capitalizar essas oportunidades, será necessário resolver as questões estruturais que limitam a produção e investir em infra-estrutura e tecnologia que suportem o crescimento sustentável do sector. A modernização das instalações de extracção e processamento, bem como o aprimoramento da logística de transporte, são factores críticos para aumentar a competitividade do grafite moçambicano no mercado internacional.
Estabilização do mercado global
Além das questões internas, a estabilização do mercado global de grafite e a recuperação da demanda internacional serão cruciais para que a indústria local atinja o seu potencial. Com o aumento da demanda por baterias eléctricas, especialmente para veículos eléctricos, o grafite pode ter um papel central no futuro energético global. No entanto, a volatilidade dos preços e a concorrência com outros países produtores exigem uma estratégia de mercado bem definida.