Moçambique é um dos quatro países africanos que a Itália seleccionou para integrar a iniciativa Digital Flagship with Africa. O objectivo é, por um lado, reduzir a exclusão digital e, por outro, promover um crescimento inclusivo aliado à transformação digital.
O projecto é impulsionado pelo Plano Mattei para África, e se concentra na modernização de infra-estruturas digitais, na expansão do acesso a ferramentas tecnológicas e na criação de um ecossistema digital inclusivo. O investimento totaliza 100 milhões de dólares.
O governo italiano lançou a iniciativa no dia 21 de Fevereiro, em Maputo, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Ministério das Comunicações e Transformação Digital (MCTD) e a Agência Digital da Itália (AGID). Com isso, espera-se que a colaboração entre os diferentes actores acelere a implementação do projecto.
Edo Stok, representante residente do PNUD em Moçambique, destacou que o Digital Flagship introduz uma nova realidade. Segundo Edo, a iniciativa permitirá novas formas de contacto com o digital e maior eficiência no uso de ferramentas tecnológicas. Além do mais, espera-se que este avanço tenha um impacto positivo tanto na inclusão digital como no crescimento económico.
Um investimento no futuro do país
Para o ministro das Comunicações e Transformação Digital, Américo Muchanga, o projecto está alinhado com o compromisso do governo de modernizar o país e construir uma sociedade digitalmente inclusiva.
“A iniciativa representa uma grande oportunidade para dinamizar e consolidar o processo de transformação digital no nosso país”, afirmou. Além disso, sublinhou que o governo está empenhado em garantir que esta transição tecnológica beneficie todos os cidadãos.
O governo espera que o projecto acelere a digitalização de Moçambique, fortaleça a competitividade económica e impulsione um crescimento sustentável. Por conseguinte, a digitalização deve tornar-se um pilar essencial do progresso nacional.
No entanto, para o ministro, esta iniciativa vai além da tecnologia. Muchanga considera que se trata de um investimento no futuro do país. “Estamos determinados a transformar a digitalização numa ferramenta de progresso, inovação e inclusão social”, sublinhou.
Além de Moçambique, o Digital Flagship também beneficia Senegal, Costa do Marfim e Gana. Deste modo, a iniciativa reforça a cooperação entre os países africanos e as nações europeias no domínio da transformação digital.
Ademais, a iniciativa surge num momento desafiante para África. O continente precisa de 1,6 trilião de dólares para alcançar os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030. De acordo com o relatório Dinâmica do Desenvolvimento da África 2023, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e da União Africana (UA), essa necessidade de financiamento é urgente. Por isso, iniciativas como esta tornam-se cada vez mais relevantes.