A reunião de ministros das Finanças e governadores dos bancos centrais do G20 em Durban, África do Sul, decorreu num ambiente dominado por crescentes tensões geoeconómicas e financeiras. A ausência do secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, pelo segundo encontro consecutivo, e as ameaças de tarifas aduaneiras dos EUA a países do BRICS complicaram a coordenação do grupo.
O diretor-geral do Tesouro sul-africano, Dr. Duncan Pieterse, advertiu que estes desafios intensificam a fragilidade dos sistemas multilaterais e podem atrasar a recuperação económica global. Ele destacou a urgência de reforçar a arquitectura financeira internacional, promover a sustentabilidade da dívida, resolver problemas de liquidez e fortalecer bancos multilaterais de desenvolvimento.

O encontro abordou ainda a dívida externa da África subsaariana, estimada em 800 mil milhões de dólares, a necessidade de transparência em empréstimos chineses e a redução do apoio financeiro dos EUA e Europa, que acentuaram a pressão sobre economias em desenvolvimento .
O Presidente do Banco de Inglaterra e actual líder do Conselho de Estabilidade Financeira, Andrew Bailey, reforçou a importância da cooperação global, salientando que a incerteza política e económica continua a prejudicar as perspetivas de crescimento.
Com a presidência sul-africana a destacar a “Solidariedade, Igualdade e Sustentabilidade”, está prevista a publicação de um comunicado ao final da semana, cujo sucesso depende da capacidade de encontrar consenso num momento internacional marcado por isolamento e proteccionismo crescente