Moçambique vai construir uma refinaria modular de grande escala que poderá eliminar a necessidade de importação de combustíveis refinados. A infraestrutura será erguida através de uma parceria entre a “Petromoc” e a empresa “Aiteo US Corporation” e terá capacidade para processar 240.000 barris de petróleo por dia, transformando o país num fornecedor de referência na região da SADC.
O projecto foi anunciado oficialmente durante a 11.a edição da Mozambique Mining and Energy Conference, em Maputo, e conta com a assinatura de um contrato de engenharia, aquisição e construção com a empresa norte-americana “Deerfield Energy Services LLC”.
A construção será feita por fases, iniciando com uma linha de produção de 80.000 barris por dia, com expansão garantida até aos 240.000 barris por dia. Esta capacidade permitirá responder à procura interna e exportar para países vizinhos.
Além da produção, a refinaria incluirá infraestruturas de armazenamento com capacidade para 160.000 toneladas de combustíveis líquidos e 24.000 toneladas de gás liquefeito de petróleo. A conclusão da primeira fase está prevista para meados de 2027.
Este avanço está em conformidade com a estratégia nacional de industrialização, segurança energética e criação de empregos, especialmente para os jovens. Segundo o Presidente da República, Daniel Chapo, que presidiu à cerimónia de assinatura, “a refinaria representa um passo fundamental para garantir a autonomia energética e criar valor internamente”.

Paralelamente, o Governo anunciou a assinatura de um memorando de entendimento para a construção de um oleoduto de 1.400 quilómetros, ligando o porto da Beira à cidade de Ndola, na Zâmbia, fortalecendo a posição de Moçambique como corredor energético regional.
Outros investimentos no sector da energia também seguem em curso, como a segunda fase do projecto “Coral Norte FLNG” e a retomada do megaprojecto de gás natural liquefeito em Afungi, em parceria com a “TotalE-nergies” e a “ExxonMobil”.
Ao garantir capacidade de refinação própria, Moçambique poderá poupar milhões em importações, reduzir a exposição a choques internacionais de preços e tornar-se um agente essencial no fornecimento de energia para toda a África Austral.
Com este projecto, o país aproxima-se da auto-suficiência energética e redefine o seu papel no mapa económico e geopolítico da região.