Tuesday, December 2, 2025
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Mphanda Nkuwa exige robustez regulamentar e estrutura financeira para atrair capital privado, destaca GMNK no Africa50

Pressão regulatória e institucional exigem estrutura financeira sofisticada.

Garantias multilaterais são condição prévia para o acesso ao mercado internacional.

Déficits de infra-estrutura energética fragilizam a competitividade industrial.

Recorrência e resiliência hídrica de Moçambique podem impulsionar sua industrialização sustentável.

Durante o painel Powering Africa’s Growth: Energy & Industrialisation no fórum Africa50, Carlos Yum, Director-Geral do Gabinete de Implementação do Projecto Hidroeléctrico de Mphanda Nkuwa (GMNK), destacou que a magnitude do empreendimento exerce uma forte pressão sobre o quadro regulatório e institucional do sector energético moçambicano, exigindo um arranjo financeiro robusto e sofisticado para atrair capital privado.

Segundo o responsável, trata-se de um projecto de cerca de 5 mil milhões de dólares, cuja estrutura de financiamento deve integrar garantias multilaterais, incluindo seguros de risco parcial, de crédito e risco político, com o apoio de instituições como o Banco Africano de Desenvolvimento e o Banco Mundial, permitindo que o sector público assuma entre 25% e 30% do investimento total.

Yum sublinhou que a “narrativa financeira do projecto” é essencial para viabilizar a entrada de investidores internacionais, ao mesmo tempo que é necessário assegurar um quadro regulatório sólido e previsível que garanta qualidade, quantidade e fiabilidade no fornecimento de energia. Apontou ainda que Moçambique perde entre 2% e 4% do seu PIB devido a deficiências estruturais de fornecimento eléctrico, o que representa prejuízos anuais estimados entre 40 e 50 mil milhões de dólares.

Com um dos melhores factores de carga hídrica da região, superior a 70%, e um potencial para projectos em cascata, o país tem condições para duplicar a sua capacidade hídrica instalada num horizonte de cinco anos, desde que haja alinhamento entre políticas públicas, infra-estrutura e modelos contratuais. Para Yum, a fiabilidade energética é decisiva para atrair indústrias, sustentar a competitividade nacional e promover uma industrialização sustentável assente nos recursos hídricos de Moçambique.

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