A ENI Rovuma Basin destacou Moçambique como pilar estratégico da sua transição energética global, ao apresentar um conjunto de iniciativas que conjugam acção climática, impacto social e desenvolvimento económico. O anúncio foi feito em Maputo, pela directora executiva e representante nacional da companhia, Marica Calabrese, no painel “Moçambique como Líder na Transição Energética”, realizado no âmbito da 10.ª edição da Mozambique Gas & Energy Summit & Exhibition.
Entre os projectos em curso, Calabrese destacou a distribuição de fogões ecológicos, iniciativa que deverá beneficiar cerca de 3,5 milhões de moçambicanos na primeira fase, designada R2. A acção enquadra-se na meta global da empresa de garantir soluções de cozinha sustentável a 10 milhões de pessoas até 2027 e 20 milhões até 2030.
“Moçambique é parte estratégica desta iniciativa. Já temos em implementação um projecto com 600 mil fogões ecológicos, estimando-se um impacto directo em 3,5 milhões de pessoas”, afirmou a executiva.
Segundo a gestora, os fogões, denominados boix de varadus, integram a abordagem da ENI assente em soluções tecnológicas para compensação de emissões.

Agro-negócio e compensação de carbono
A estratégia de transição energética da ENI abrange igualmente projectos de agro-negócio e iniciativas de compensação de carbono, através do reflorestamento. Neste âmbito, foi realçada a implementação de um programa na região de Moco, em parceria com a New Carbon Partners, representando a primeira licença concedida em Moçambique para este tipo de acção. O projecto tem impacto directo em 350 mil pessoas, através da preservação ambiental e da melhoria das condições de vida das comunidades envolvidas.
Produção de biocombustíveis e criação de emprego
No sector agrícola, a multinacional está a desenvolver matérias-primas destinadas à produção de biocombustíveis para o mercado internacional, o que já permitiu a criação de 1.500 postos de trabalho na primeira campanha agrícola. Calabrese frisou que este desempenho, alcançado em poucos meses, equivale ao número de empregos gerados na Costa do Marfim ao longo de três anos.
“Estamos profundamente comprometidos com a transformação energética de Moçambique. Estas iniciativas demonstram que a transição deve ter impacto directo na economia e na qualidade de vida das populações”, concluiu a representante da ENI.
Cimeira reafirma papel estratégico de Moçambique
A 10.ª edição da Mozambique Gas & Energy Summit & Exhibition decorreu de 22 a 24 de Setembro, em Maputo, reunindo os principais actores nacionais e internacionais do sector energético. Organizado em parceria com o Governo de Moçambique, o evento afirmou-se como a principal plataforma de debate e cooperação sobre o futuro energético do país, com enfoque na industrialização, transição energética e desenvolvimento local.
Durante três dias, governantes, executivos de topo, reguladores, operadores e especialistas trocaram experiências sobre gás natural liquefeito (GNL), energias renováveis, financiamento de projectos, conteúdo local e políticas de transição energética. O encontro incluiu painéis de alto nível, seminários técnicos, sessões de networking e uma exposição empresarial, promovendo oportunidades concretas de investimento e reforçando Moçambique como actor estratégico no panorama energético regional e global.
Fonte: 360 Magazine