Exportação de gás impulsiona a redução do défice externo A EXPORTAÇÃO do Gás Natural Liquefeito (GNL) do Rovuma, em Cabo Delgado, continua a catalisar a redução do défice externo de Moçambique, que no primeiro trimestre de 2025 caiu em 15 por cento. Dados mais recentes do relatório do Banco de Moçambique (BdM) sobre a balança de pagamentos mostram uma evolução positiva das contas externas do país, embora a importação continue a suplementar as vendas no exterior.
Nos primeiros três meses do ano, as transações correntes com o resto do mundo resultaram num défice de cerca de 580 milhões de dólares, o que corresponde a uma melhoria de pouco mais de 100 milhões em relação ao mesmo período do ano passado.

De acordo com o banco central, essa evolução deve-se, sobretudo, ao aumento das receitas de exportação, que cresceram quase cinco por cento, para um total próximo de 1,9 mil milhões de dólares, e à redução dos custos com importações, que caíram em torno de sete por cento. Outro factor que contribuiu para a melhoria foi a diminuição da saída de capitais sob a forma de lucros e dividendos das grandes empresas. No primeiro trimestre registou-se uma queda de quase 25 por cento nas transferências ao exterior.
O BdM explica que mesmo quando se excluem os grandes projectos, o desempenho continua a melhorar. O défice da conta corrente, sem estas operações, caiu em cerca de 45 por cento, reflexo do crescimento de algumas exportações do sector não extractivo e da contenção nas importações. As exportações totais foram de 1852 milhões de dólares, um aumento de 86 milhões em relação a 2024.
Esta variação das receitas tem como destaque, também, a venda do alumínio, que subiu 73 por cento. Por seu turno, os produtos tradicionais, segundo o BdM, registaram um decréscimo de 14 milhões, com ênfase para a agricultura, que teve uma queda de 29 por cento.
Ainda em queda está o Carvão mineral, que rendeu menos 35 por cento, explicada pela paralisação de algumas minas e à queda do preço médio desta mercadoria no mercado internacional. Anota ainda as restrições na disponibilidade de água no rio Zambeze, que, também, influenciou para a pouca exportação de energia eléctrica aos países receptores, fixando-se numa redução de 34 por cento.