A Coral Sul FLNG representa um marco histórico para a indústria extractiva moçambicana e para o continente africano. Trata-se do primeiro projecto de liquefação flutuante de gás natural em águas profundas do mundo, símbolo da capacidade tecnológica e da crescente relevância de Moçambique no panorama energético internacional.
O empreendimento é operado pela joint venture que integra a Eni, ExxonMobil e China National Petroleum Corporation (CNPC), com uma participação conjunta de 70%, e tem como parceiros a Galp Energia (actualmente detida pela Abu Dhabi National Oil Company – ADNOC), a Korea Gas Corporation (KOGAS) e a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), cada uma com 10% de participação.
Localizado na Área 4 da Bacia do Rovuma, ao largo da costa norte de Moçambique, o projecto incide sobre o campo Coral Sul, que detém reservas estimadas em cerca de 500 mil milhões de metros cúbicos de gás natural.
A joia tecnológica deste consórcio é a instalação Coral Sul Floating Liquefied Natural Gas (FLNG), uma estrutura de engenharia de última geração com capacidade para produzir 3,4 milhões de toneladas de Gás Natural Liquefeito (GNL) por ano. Esta unidade flutuante não apenas extrai e processa o gás no local, como o armazena e exporta directamente, eliminando a necessidade de grandes infra-estruturas em terra.

Coral Norte: o próximo passo da expansão energética
A par do sucesso da Coral Sul, avança o Coral Norte FLNG, novo projecto que reforçará a posição de Moçambique entre os grandes produtores de GNL. Desenvolvido pelos mesmos parceiros, Eni, CNPC, ENH, KOGAS e XRG (subsidiária da ADNOC), o Coral Norte encontra-se igualmente situado na Área 4 da Bacia do Rovuma, em águas ultraprofundas da Província de Cabo Delgado.
Com conclusão prevista para 2028, a unidade terá capacidade anual de produção de 3,55 milhões de toneladas de GNL, consolidando a estratégia de expansão sustentável do país no sector energético.
Quando ambos os projectos Coral Sul e Coral Norte, estiverem plenamente operacionais, Moçambique atingirá uma produção total de cerca de 7 milhões de toneladas de GNL por ano, tornando-se o terceiro maior produtor do continente africano.
Engenharia flutuante ao serviço da economia moçambicana
A Coral Sul FLNG funciona de forma semelhante a uma FPSO (Floating Production, Storage and Offloading), uma unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência. Este tipo de plataforma é amplamente utilizado em regiões afastadas da costa, onde o transporte por oleodutos ou gasodutos é economicamente inviável.
Trata-se de uma alternativa eficiente e flexível para a produção de petróleo e gás natural, capaz de garantir operações seguras e contínuas em alto-mar, reduzindo os custos logísticos e ambientais.
Com estas iniciativas, Moçambique dá um passo decisivo rumo à monetização dos seus recursos naturais, reforçando o seu papel como hub energético regional e destino estratégico para o investimento internacional.




