O Banco Comercial e de Investimentos (BCI) voltou a liderar, em 2024, o ranking das instituições financeiras que operam em Moçambique, tanto em activos totais como em empréstimos e adiantamentos, segundo dados consolidados do sector bancário nacional.
De acordo com o relatório de desempenho das instituições financeiras divulgado pela KPMG, o BCI encerrou o ano com 231,6 mil milhões de meticais em activos, seguido do Banco Internacional de Moçambique (Millennium bim), com 207,9 mil milhões de meticais, e do Standard Bank, que ocupa a terceira posição, com 78,5 mil milhões de meticais.
No total, o sector bancário registou 988,4 mil milhões de meticais em activos, cifra que representa uma ligeira variação em relação aos 983,2 mil milhões registados em 2023, indicando estabilidade na estrutura de activos das principais instituições financeiras.
Crédito à economia cresce, com BCI, Millennium bim e Standard Bank na dianteira
No segmento de empréstimos e adiantamentos, o BCI mantém igualmente a liderança, com um volume de 78,2 mil milhões de meticais, seguido pelo Millennium bim, que movimentou 45,3 mil milhões, e pelo Standard Bank, com 32,6 mil milhões de meticais.
O total de crédito concedido pelo sector bancário atingiu 291,9 mil milhões de meticais, comparativamente aos 289 mil milhões registados em 2023, reflectindo um ligeiro crescimento, apesar do ambiente económico desafiante e dos riscos associados ao financiamento empresarial.
Instituições de média dimensão reforçam presença
O relatório evidencia ainda o desempenho de bancos de média dimensão, como o Moza Banco, Nedbank Moçambique, First Capital Bank e Access Bank, que apresentaram níveis de activos acima de 20 mil milhões de meticais, consolidando a sua presença no mercado e contribuindo para maior diversidade na oferta de serviços financeiros.

No domínio do crédito, o Bayport Financial Services, o Banco Letshego, o United Bank for Africa (UBA) e o Vista Bank mantiveram posições relevantes no apoio ao consumo e ao financiamento de actividades produtivas, reflectindo um sector cada vez mais dinâmico e competitivo.
Estabilidade e resiliência dominam o comportamento do sector
Apesar dos desafios macroeconómicos, marcada por volatilidades externas e constrangimentos de liquidez em alguns segmentos, o sector bancário moçambicano manteve sinais de resiliência, com estabilidade no volume de activos, expansão moderada das carteiras de crédito e reforço dos sistemas de gestão de risco.
Analistas apontam que a ligeira expansão observada tanto em activos quanto em empréstimos indica a continuidade de uma estratégia prudente por parte das instituições financeiras, alinhada às recomendações do regulador e às perspectivas de recuperação económica gradual.



