A empresa estatal Portos e Caminhos-de-Ferro de Moçambique (CFM) deu início, neste Sábado, 27 de Julho, à sua operação de apoio marítimo ao sector de petróleo e gás por meio de sua subsidiária CFM Logistics.
Durante a cerimónia de lançamento, o Presidente do Conselho de Administração (PCA) da CFM, Agostinho Langa, destacou o momento como um “gigantesco desafio e uma extraordinária oportunidade”. Langa afirmou que a nova operação não apenas cumpre um mandato do Governo para apoiar projectos de petróleo e gás, mas também contribui significativamente para o desenvolvimento de Moçambique.
A CFM Logistics será responsável pelo apoio às actividades de exploração e produção de petróleo e gás, tanto ‘onshore’ quanto ‘offshore’. Para essa finalidade, foram adquiridos dois rebocadores e dois barcos-piloto. “Nossa subsidiária se envolverá em toda a cadeia de produção, logística e comercialização de recursos energéticos, especialmente considerando as importantes descobertas de gás natural na bacia do Rovuma e o potencial de produção na região Sul, em Pande e Temane”, explicou Langa.
Com quase 130 anos de actuação, a CFM vê nesta nova subsidiária uma excelente oportunidade para expandir, diversificar e renovar seus serviços. A empresa planeia investir na construção de novas infra-estruturas e na reabilitação e ampliação das existentes, a fim de atender à crescente demanda de logística na indústria de petróleo e gás.
Moçambique possui as terceiras maiores reservas de gás natural da África, estimadas em 180 milhões de pés cúbicos. O país conta actualmente com três projectos de desenvolvimento aprovados para a exploração das reservas da bacia do Rovuma, uma das maiores do mundo, localizada ao largo da costa de Cabo Delgado.
Dois desses projectos são de grande escala e incluem a canalização do gás do fundo do mar para terra, onde é resfriado em uma fábrica antes de ser exportado em estado líquido. Um dos projectos é liderado pela TotalEnergies (consórcio da Área 1), cujas obras foram suspensas após um ataque armado a Palma em Março de 2021. A TotalEnergies anunciou que só retomará os trabalhos quando a área for segura. O outro projecto, ainda não anunciado, é liderado pela ExxonMobil e Eni (consórcio da Área 4).
Um terceiro projecto, de menor dimensão e também pertencente ao consórcio da Área 4, consiste em uma plataforma flutuante para captação e processamento de gás directamente no mar. Este projecto iniciou suas operações em Novembro de 2022.