O indicador do clima económico (ICE) inverteu a tendência negativa que vinha registando desde o quarto trimestre de 2020, ao aumentar de forma ténue, tendo mesmo assim o respectivo saldo continuado abaixo da média da respectiva série temporal.
De acordo com relatório do Instituto Nacional de Estatística (INE), sobre a matéria, esta conjuntura ligeiramente favorável da economia deveu-se, ao nível agregado, às perspectivas favoráveis da procura de emprego a curto prazo, dando assim sinais de recuperação da conjuntura económica.
“Se avaliarmos o indicador do clima económico por sector de actividade, constata-se que o aumento se deveu, fundamentalmente, à avaliação ligeiramente abonatória da conjuntura nos sectores dos serviços e da produção industrial que juntos suplantaram o sentimento negativo em relação à economia registado no sector de comércio”, descreve o INE em relatório.
No quarto trimestre de 2021, a Autoridade Estatística constatou ainda que o indicador da perspectiva da procura registou um incremento ligeiro se comparado com o trimestre anterior, tendo o respectivo saldo atingido o nível mais alto dos últimos três trimestres da série temporal. “O incremento ligeiro da procura futura no trimestre em análise deveu-se à avaliação positiva do indicador nos sectores dos serviços e da produção industrial que suplantaram o sector de comércio que previu em baixa a procura face ao terceiro trimestre”, explica a fonte.
No último trimestre do ano passado, o INE constatou igualmente que o indicador da perspectiva de emprego mostrou sinais de recuperação, facto que acontece após uma ligeira queda no trimestre anterior, tendo mesmo assim o seu saldo continuado abaixo da média da respectiva série temporal. A Autoridade argumenta que a recuperação da perspectiva de emprego deveu-se à alta previsão do emprego futuro em todos os sectores, com maior destaque em termos de amplitude para o sector da produção industrial, que se expandiu no período em análise.
“O indicador de perspectiva dos preços prolongou a trajectória ascendente pelo segundo trimestre consecutivo, a um ritmo ligeiro, tendo o respectivo saldo continuado abaixo da média da respectiva série temporal. O incremento dos preços futuros no trimestre em análise deveu-se à convicção dos empresários dos sectores do comércio e dos serviços de que os preços iriam aumentar, contrariamente aos empresários do sector da produção industrial que previram em baixa os preços futuros”, observou o INE.
Por fim, a Autoridade Estatística Nacional constatou que, no período em análise, em média, 42% das empresas inquiridas enfrentaram algum obstáculo, situação que representou um incremento de 3% de empresas com constrangimentos face ao trimestre anterior, com destaque para os sectores da produção industrial (48%) e de comércio (37%), facto contrário ao sector dos serviços (41%) que registou uma queda na proporção de empresas afectadas por algum obstáculo no seu desempenho no quarto trimestre.