Quinta-feira, Novembro 21, 2024
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CPMZ Amplia capacidade de gasoduto para 3 milhões de m³ anuais com inauguração de novas plataformas

O Presidente da República de Moçambique, Filipe Jacinto Nyusi, inaugurou no Porto da Beira, as duas novas plataformas construídas pela Companhia do Pipeline Moçambique-Zimbabwe (CPMZ), uma na Beira (Sofala) e outra em Maforga (Manica). As novas plataformas permitiram à CPMZ aumentar a capacidade de bombagem de combustível do gasoduto da Beira para Feruka, no Zimbabué, dos anteriores dois milhões para os actuais três milhões de metros cúbicos por ano.

A Companhia do Pipeline Moçambique-Zimbabwe, Limitada (CPMZ) é uma empresa moçambicana que opera ininterruptamente há mais de 40 anos.
Ao longo da sua história, a CPMZ tem beneficiado de uma saudável estabilidade acionista, harmonia e transparência na governação da empresa.

A empresa foi criada com base em duas quotas de capital social, atribuídas em partes quase iguais ao Estado e ao sector privado. No entanto, o Estado confiou ao sector privado uma pequena maioria do capital e a maioria dos membros do Conselho de Administração, bem como a gestão da empresa.

O sucesso da empresa foi garantido ao mais alto nível pela estabilidade e qualidade da sua governação e pela excelente relação institucional entre o acionista privado e o Governo.
O principal objetivo da CPMZ é satisfazer a procura do Zimbabué através de um abastecimento seguro de produtos petrolíferos refinados na região, dando acesso preferencial ao Zimbabué e criando simultaneamente um valor acrescentado para a economia moçambicana; o Zimbabué, por sua vez, como único cliente da CPMZ, tem a obrigação de maximizar a utilização do oleoduto da CPMZ.

2. Visão partilhada com o Governo do Zimbabué

A CPMZ e o Governo do Zimbabué partilham a visão de (i) assegurar que o gasoduto entre a Beira e Harare se torne o transportador preferencial de produtos refinados para o interior da África Austral e (ii) fazer de Harare o centro de distribuição de combustíveis de referência para o interior.

Na prossecução desta visão partilhada com o Zimbabué, o Conselho de Administração da CPMZ comprometeu-se a conceber e executar um projeto de expansão progressiva da capacidade instalada do seu gasoduto, em função dos níveis de crescimento da procura.

3. A importância estratégica do Corredor da Beira

Dada a importância do porto da Beira para esta estratégia, é também importante realçar e aplaudir a estreita cooperação que existe atualmente entre as equipas da CPMZ e dos CFM. De facto, os activos integrados da CPMZ e dos CFM são uma parte crítica da infraestrutura energética da região central da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e a sua operação segura e eficiente é fundamental para garantir a segurança energética de Moçambique e dos países sem litoral no corredor da Beira (hinterland), incluindo o Zimbabué, Zâmbia, RD Congo e Malawi. Dado o aumento da procura de combustíveis a nível regional, a importância do porto e das infra-estruturas associadas no corredor da Beira irá aumentar.

Neste contexto, o Plano Director do Corredor da Beira – um documento elaborado conjuntamente pela CPMZ e pelos CFM em resposta a um pedido do Ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala – assume particular importância. O Plano Director do Corredor da Beira tem como objetivo coordenar os investimentos e a atividade comercial e operacional dos respectivos activos, de forma a garantir que o Corredor da Beira seja o meio mais prático e competitivo em termos de custos para o transporte de combustíveis entre o Oceano Índico e outros mercados fora de Moçambique.

4. O aumento da capacidade do gasoduto da CPMZ

Com este avanço, a CPMZ celebra mais um marco importante na caminhada que começou há vários anos. Em plena pandemia, quando o futuro era incerto a nível mundial, o Conselho de Administração da CPMZ tomou a decisão que levou ao aumento de capacidade que agora se inaugura. Quatro anos depois, Filipe Jacinto Nyusi, inaugurou as novas plataformas de bombagem, que vão aumentar a capacidade do gasoduto de dois para três milhões de m3 por ano, permitindo não só continuar a abastecer com segurança a República do Zimbabué através do gasoduto Beira-Feruka-Harare, mas também criar a oportunidade de facilitar o acesso aos países do interior, cumprindo assim os acordos da SADC nesta matéria.

O projecto de expansão aumentará a capacidade e a competitividade do gasoduto a partir da Beira, facilitando as exportações por camião a partir de Harare. Esta será uma alternativa mais eficiente e barata ao transporte rodoviário de combustível a partir do porto da Beira, permitindo reduzir a distância percorrida pelos operadores rodoviários em cerca de 1.100 quilómetros, bem como a segurança rodoviária.

A expectativa com o aumento da capacidade é que possa contribuir para aumentar a competitividade do Porto da Beira face aos portos concorrentes da região, e contribuir para a segurança rodoviária, reduzindo substancialmente o congestionamento de camiões tanto no Porto como ao longo do Corredor da Beira.

5. O projecto de expansão da CPMZ

As plataformas fazem parte da fase I do projecto de expansão da capacidade da empresa:
Fase 1 – Actualmente (objecto de inauguração)
– Aumento da capacidade de 2.000.000m3 por ano para 3.000.000m3 por ano;
– Projecto iniciado no final de 2020;
– Consistiu na construção de duas novas plataformas de bombagem na Beira e em Maforga, bem como na substituição das bombas antigas por novas bombas de maior capacidade;
– O projecto está avaliado em pouco mais de 40 milhões de dólares, financiado por fundos próprios e apoio de bancos nacionais;
– O projecto tem contratado nas suas várias fases de construção:Mão de obra nacional: 35

Mão de obra estrangeira: 02
Empreiteiros e prestadores de serviços nacionais: 15
Entretanto, a empresa já está a trabalhar na próxima fase do seu projecto de expansão e está prestes a lançar o concurso para o estudo de engenharia detalhado:
Fase II – Próxima fase
– Aumento da capacidade de 3.000.000m3 por ano para 5.000.000m3 por ano.
– Isto consistirá na construção de duas estações satélites adicionais, uma em Nhamatanda e outra em Messica;
– O projecto encontra-se numa fase avançada de conceção

É importante referir que Moçambique e a CPMZ já estão preparados para responder a uma procura superior a 5 milhões de m3. De facto, quando a procura de combustível por parte do Zimbabwe e dos países do interior o justificar, a CPMZ terá uma infraestrutura petrolífera moderna e robusta em pleno funcionamento, bastando para isso substituir o atual tubo de 10 polegadas por um tubo de maior dimensão sem ter que parar o bombeamento, como a empresa fez no passado quando substituiu o antigo tubo pelo que está atualmente em funcionamento:

Fase III – Última fase
– Aumento da capacidade de 5.000.000m3 por ano para o volume necessário
– Consistirá na substituição do atual tubo de 10 polegadas por um tubo maior
– Substituir o tubo sem parar a bombagem e utilizar plenamente as infra-estruturas existentes

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