Quarta-feira, Julho 16, 2025
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Dívida elevada será sustentada pelas exportações de gás, diz o FMI

O Fundo Monetário Internacional (FMI) considera que a dívida de Moçambique está em alto risco de sobre-endividamento, mas é vista como sustentável, em virtude das receitas significativas que virão do gás no final da década.

“A Análise de Sustentabilidade da Dívida (DSA) permanece inalterada em relação à análise realizada quando o programa, de ajustamento financeiro, foi aprovado em Maio de 2022; a dívida pública externa é avaliada como estando em alto risco de sobre-endividamento”, disse o economista Thibault Lamaire em entrevista à Lusa, à margem dos Encontros Anuais do FMI e do Banco Mundial, que decorreram esta semana em Marraquexe.

Para este economista do departamento africano e um dos autores do relatório sobre as Perspectivas Económicas Regionais para a África Subsariana, a situação pode mudar quando os projectos de exploração de gás entrarem em funcionamento, garantindo a Moçambique um elevado volume de receitas fiscais que podem ser utilizadas para melhorar os parâmetros que são analisados na ASD.

“Em termos prospectivos, a dívida pública é considerada sustentável, uma vez que uma percentagem elevada do endividamento futuro projectado reflecte a participação do Estado nos grandes projectos de gás natural liquefeito, que será reforçada diretamente com as receitas futuras do gás natural liquefeito, que se prevê que sejam significativas”, acrescentou o economista.

Na semana passada, o director do departamento africano do FMI tinha afirmado que oito países precisavam de reestruturar a sua dívida, tendo o Fundo posteriormente apontado São Tomé e Príncipe e Moçambique como fazendo parte dessa lista, tendo em conta o DSA.

Para este ano, Thibault Lamaire apresentou uma previsão de crescimento de cerca de 6 por cento, “impulsionado pelas indústrias extractivas, incluindo o Coral Sul, o primeiro projeto de gás natural liquefeito a iniciar a produção em outubro de 2022, e apoiado pelas actividades mineiras”.

O FMI previu ainda “o início da produção de dois projectos de gás natural liquefeito em terra em 2027 e 2029, que terão um impacto positivo no crescimento devido ao impacto da produção nas receitas fiscais e na conta corrente”.

 

 

 

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