Terça-feira, Outubro 15, 2024
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DP World planeia novos investimentos logísticos e portuários

A DP World está a planear novos investimentos em Moçambique, onde já opera e está a expandir o porto de Maputo, disse segunda-feira o presidente e CEO da multinacional do sector logístico e portuário sediada no Dubai, após um encontro em Nova Iorque com o Presidente moçambicano.

“Quero dizer que estamos entusiasmados com o país e com as cidades vizinhas, Nacala, muitos lugares hoje onde, acreditamos, podemos acrescentar valor ao sector do comércio”, disse Sultan Ahmed bin Sulayem, falando aos jornalistas após um encontro com Filipe Nyusi, que está de visita a Nova Iorque no âmbito da 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas.

“Estamos em Moçambique há mais de 20 anos e Moçambique é agora um importante centro de carga, especialmente para os países vizinhos, África do Sul, Zimbabué e Zâmbia, e para a região. E isso reflecte-se no nosso investimento para expandir o porto de Maputo e temos discutido a possibilidade de criar parques industriais em várias partes do país e melhorar a logística no país e nos países vizinhos. Para Maputo é uma grande vitória em termos de comércio”, acrescentou Ahmed Bin Sulayem sobre o encontro com Nyusi.

De acordo com o presidente da DP World, multinacional com sede no Dubai, Emirados Árabes Unidos, o investimento na expansão do porto de Maputo – cerca de 600 milhões de dólares só nos próximos três anos – também já está em curso: “Vai ser muito maior do que o anterior”.

A concessão do porto de Maputo à Sociedade de Desenvolvimento do Porto de Maputo (MPDC) vai vigorar até 13 de abril de 2058, de acordo com os termos da adenda ao contrato, aprovada por decreto do governo moçambicano publicado em abril passado.

A MPDC é uma empresa privada moçambicana que resultou de uma parceria entre os Caminhos-de-Ferro de Moçambique (CFM) e a Portus Indico, constituída pela Grindrod, DP World e a empresa Mozambique Gestores.

“É prorrogada por um período adicional de 25 anos a contar do termo constante da sua segunda adenda (13 de abril de 2033), terminando a concessão a 13 de abril de 2058, com vista à recuperação dos investimentos adicionais solicitados pelo Governo”, lê-se no decreto.

O mesmo decreto aprova os termos do Plano de Negócios para a realização de investimentos adicionais, “visando o aumento da capacidade de movimentação de cargas no Porto de Maputo, ficando a concessionária autorizada a realizar investimentos adicionais” de 2,060 mil milhões de dólares (1,9 mil milhões de euros) na Área de Concessão Portuária.

A concessionária do porto de Maputo prevê investir 600 milhões de dólares (553,4 milhões de euros) nos próximos três anos na expansão das infra-estruturas portuárias, a primeira fase de investimentos prevista na adenda ao contrato de concessão, até 2058.
O director executivo da MPDC, Osório Lucas, explicou anteriormente à Lusa que esta primeira fase vai aumentar a capacidade do terminal de contentores dos actuais 170 mil para 530 mil contentores em três anos.

“E vai também aumentar a capacidade do Terminal de Carvão da Matola, de sete milhões para 12 milhões. E a nossa capacidade de carga geral aumentará de 10 milhões para 13 milhões na fase 1, que estará concluída nos próximos três anos”, disse.
A MPDC espera passar de um volume de movimentação de carga de 26,7 mtpa (milhões de toneladas por ano) em 2023 para 50,9 mtpa em 2058, no final deste novo período de extensão do contrato de mais 25 anos (a partir de 2033).

Até 2058, estima-se também um aumento da capacidade operacional dos actuais 37 mtpa para 54 mtpa e da capacidade do terminal de 270 para um milhão de contentores, a expansão do Terminal de Carvão da Matola de 7,5 para 18 mtpa e do Terminal de Carga Geral de 9,2 para 13,6 mtpa.

O porto de Maputo emprega atualmente cerca de 10.000 trabalhadores diretos e indirectos, prevendo-se que a expansão traga mais 2.000 trabalhadores.

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