O relatório sobre Indicadores Prudenciais e Económico-Financeiros do Banco de Moçambique (BoM), relativo ao segundo trimestre de 2025, revela que mais de 75% do crédito concedido pelo Ecobank Moçambique encontrava-se em situação de incumprimento no período entre abril e junho, um salto acentuado face aos 48,17% registados no trimestre anterior e aos 42,66% no final de 2024.
Este aumento drástico é descrito pelo BoM como um sinal claro de deterioração da qualidade da carteira de crédito do banco, invertendo a tendência observada nos últimos anos.
Outros bancos também registaram níveis preocupantes de empréstimos em risco, o Moza Banco atingiu os 40,50%, em alta face aos 36,58% anteriores, enquanto o Access Bank conseguiu reduzir o indicador de 20,69% para 13,45%.

Em contraste, várias instituições financeiras mantêm-se dentro dos limites recomendados pelo BoM (até 5% de créditos em incumprimento), entre as quais o United Bank for Africa (2,16%), First National Bank (2,00%), Standard Bank (3,83%), First Capital Bank (3,19%) e Absa (3,84%), com o Millennium bim também em níveis controlados (2,62%). O BCI, porém, continua além do patamar, com 13,53%.
No balanço do sistema bancário no seu conjunto, o BoM aponta que a média de incumprimento do crédito, incluindo todos os bancos, situava-se em 9,32% em 2024, acima do limite tradicionalmente aceite de 5%. Além disso, a taxa de cobertura de créditos em risco recuou para 60,29%, em comparação com 66,02% em 2023, e o crédito reestruturado ascendia a 9,47% da carteira total (25,68 mil milhões de meticais).