O Banco Mundial (BM) projecta que a economia de Moçambique cresça 4% este ano e mantenha o mesmo ritmo em 2025. Embora estas previsões estejam alinhadas com o desempenho esperado para outras economias da África Subsaariana, representam um ligeiro recuo em relação às projeções anteriores do Fundo Monetário Internacional (FMI), que previa um crescimento de 4,3% para 2025.
Segundo o relatório das Perspectivas Económicas Mundiais, divulgado na quinta-feira, o crescimento na região subsaariana deverá aumentar de 3,2% em 2024 para 4,1% em 2025, apoiado por condições financeiras mais estáveis e pela redução gradual da inflação. A Guiné-Bissau lidera o crescimento entre os países lusófonos da região, com uma expansão económica prevista de 5%.
Contribuições regionais e desafios
O relatório do BM destaca o impacto positivo da melhoria no fornecimento de energia em alguns países da África Austral e do aumento da produção de petróleo na Nigéria, mas aponta também para desafios significativos. A inflação, que registou níveis historicamente altos durante a pandemia de Covid-19, começa a dar sinais de abrandamento em grande parte da região, embora a pressão sobre os preços dos alimentos continue elevada.
“Fortes aumentos de preços e depreciações cambiais marcaram o desempenho de várias economias da região em 2024, como Nigéria e Angola, onde a inflação atingiu picos de 30%”, refere o documento.
Para Moçambique, o crescimento projectado reflecte os esforços do governo em consolidar a estabilidade macroeconómica, mas enfrenta obstáculos relacionados à recuperação das atividades económicas pós-pandemia e aos conflitos internos, que continuam a afectar a dinâmica produtiva e o investimento.
Ritmo global e impacto local
O BM alerta que, apesar do crescimento moderado, as economias da região continuarão a enfrentar desafios estruturais, incluindo elevados níveis de endividamento e fragilidades nos sistemas de saúde e educação. Para Moçambique, a sustentabilidade do crescimento dependerá de uma gestão eficaz dos recursos naturais e de políticas que promovam a diversificação económica e atraiam investimento estrangeiro.
O relatório enfatiza que a recuperação económica na região, incluindo Moçambique, está condicionada a factores externos, como a volatilidade dos mercados globais e as incertezas geopolíticas, além de variáveis internas, como a implementação de reformas estruturais e o fortalecimento da governação.
Com a previsão de um crescimento económico de 4%, Moçambique terá pela frente um ano de desafios e oportunidades. A manutenção de políticas macroeconómicas consistentes e o foco no fortalecimento do sector privado serão cruciais para garantir um crescimento sustentável e inclusivo que beneficie a maioria dos moçambicanos.