Quinta-feira, Abril 25, 2024
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Empresas voltam a contratar após 5 meses de dura estagnação

Março foi o último mês caracterizado por contratações significativas. Os meses subsequentes foram dolorosos e instáveis para o sector empresarial. Diz isto o mais recente Purchasing Managers’ Index (PMI), publicado pelo Standard Bank.

De resto, a agitação que contribuiu para a queda da actividade económica teve mais a ver com o pânico geral do que com os contágios pela Covid-19. Não foi por acaso que, em Abril, quando a Comissão Europeia anunciou um apoio de 15 bilhões de euros para o combate à pandemia em África, houve bastante alvoroço.

Na época o vírus estava a arrasar a Europa e peritos de saúde acreditavam que o cenário seria pior em África. Mas surpreendentemente, mesmo com cerca de 1.3 bilhões de habitantes que correspondem a 17% de toda a população mundial, até finais de Maio, nosso continente contava com menos de 2% de óbitos comparativamente aos outros continentes.

Mas não foi apenas o pânico que estagnou a actividade empresarial, causando sucessivas perdas de postos de trabalho. O decreto do Estado de Emergência a 30 de Março foi outro factor determinante.

Em parte, o pânico já instalado intensificou-se com a imposição das primeiras medidas de prevenção. Da noite para o dia, nos vimos cercados de restrições que mudaram por completo nosso modo de viver.

Entre quarentenas domiciliares, agitação e o encerramento parcial de fronteiras, a actividade empresarial foi abrandando de tal forma que não houve saída senão parar com contratações em uns casos, e despedir trabalhadores em outros.

De volta aos dias actuais, podemos analisar o aumento de contratações no mês de Setembro sob dois ângulos. O primeiro diz respeito a actual compreensão que se tem sobre a pandemia.

Suficientemente irónico, encontramos o facto de que com apenas 8 infectado, declarou-se Estado de Emergência e o país caiu num pavor total. Isto foi em Março.

Na sequência, empresas implementaram escalas de rotatividade, escolas foram encerradas, eventos públicos proibidos. As ruas ficaram vazias e, de coração na mão, todos passávamos os dias colados à televisão para acompanhar a evolução dos contágios.

Hoje, no entanto, com mais de 10 mil infectados, perdemos quase todo o medo que no começo fez-nos comprar vários litros de lixívia e álcool gel. Já quase ninguém vê actualizações. Há festas clandestinas em todos bairros.

E máscara? Apenas quando a polícia está por perto.

Talvez por isso o Presidente da República tenha aparecido para lembrar que “máscara não dói”. Mas como disse o primeiro-ministro, “a Covid-19 veio para ficar e precisamos de aprender a conviver com ela com responsabilidade”. Talvez se tivéssemos entendido isto desde o começo, a economia teria sofrido menos.

O segundo ângulo sob o qual podemos avaliar o incremento de contratações é também o mais importante. Já que a perda de medo não seria suficiente para melhorar as coisas, o Presidente da República relaxou algumas medidas para impulsionar a actividade económica.

Com o fim do Estado de Emergência, declarou-se a Situação de Calamidade Pública que trouxe liberdades que animaram a classe empresarial. A reabertura da fronteira de Ressano Garcia foi uma das melhores novidades da nova fase. Assim, esperamos que os próximos meses reflictam o esforço de se retomar a actividade empresarial impetuosamente.

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