Tuesday, September 16, 2025
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Escalada tarifária dos EUA aumenta custo Global do Alumínio e ameaça sustentabilidade das exportações moçambicanas

A decisão dos Estados Unidos de duplicar as tarifas sobre as importações de aço e alumínio, elevando-as de 25% para 50%, a partir de 4 de Junho de 2025, representa uma escalada significativa no proteccionismo comercial global. Esta medida, promovida pelo ex-Presidente Donald Trump, visa proteger as indústrias metalúrgicas norte-americanas, mas levanta preocupações sobre os seus efeitos colaterais, especialmente para países exportadores como Moçambique.

Moçambique e o Mercado Global de Alumínio

Moçambique é um dos principais exportadores de alumínio em África, com as exportações atingindo aproximadamente 1,28 mil milhões de dólares em 2023, representando cerca de 15% do total das exportações do país. A maior parte deste alumínio é destinada à União Europeia, tornando o país vulnerável a alterações nas políticas comerciais dos seus parceiros.

Impacto das Tarifas Norte-Americanas

Embora os Estados Unidos não sejam um destino principal para o alumínio moçambicano, a imposição de tarifas tão elevadas pode ter efeitos indiretos significativos. A medida pode desencadear retaliações comerciais por parte da União Europeia e de outros parceiros, afetando a estabilidade do comércio internacional e, consequentemente, a procura global por alumínio.

Desafios para a Indústria Moçambicana

A indústria de alumínio em Moçambique, centrada principalmente na Mozal, enfrenta desafios adicionais devido à sua elevada intensidade de carbono. Com uma intensidade de emissões de 0,68 kgCO₂e por dólar, significativamente superior à média da UE de 0,07 kgCO₂e por dólar, as exportações moçambicanas podem ser penalizadas por mecanismos como o Ajuste de Carbono na Fronteira da UE (CBAM). Este mecanismo visa taxar produtos importados com base nas suas emissões de carbono, o que pode reduzir a competitividade do alumínio moçambicano no mercado europeu.

Perspectivas e Recomendações

Diante deste cenário, é crucial que Moçambique diversifique os seus mercados de exportação e invista em tecnologias mais limpas para a produção de alumínio. Além disso, a diplomacia económica deve ser fortalecida para mitigar os impactos de políticas protecionistas e garantir a sustentabilidade das exportações moçambicanas.

Em resumo, as alterações nas tarifas norte-americanas sobre metais, embora não afetem diretamente Moçambique, têm o potencial de desestabilizar o comércio global e impactar negativamente a indústria de alumínio moçambicana. É imperativo que o país adote estratégias proativas para enfrentar estes desafios e assegurar o crescimento sustentável do sector. (PROFILE)

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