Moçambique é assolado ciclicamente pelos ciclones tropicais, que, habitualmente, destroem diversas infraestruturas, incluindo culturas agrícolas.
O grande risco, segundo o painelista, é de os mutuários não poderem reembolsar os financiamentos quando estes virem baixa produção em caso da ocorrência das calamidades naturais. Sem se acomodar a possibilidade de cobrir qualquer desastre que eventualmente possa ocorrer, os bancos preferem manter-se cautelosos e não condecerem o crédito.
“Não havendo essa garantia de cobertura de riscos, fica difícil os bancos assumirem qualquer transação que pode ser prejudicial para o banco e para o beneficiário do financiamento”, anotou Jaime Joaquim.
Entretanto, para fazer face a essas limitações, a fonte explicou que a única forma, até então, do Moza Banco, em particular, esquivar-se dos riscos relacionados com calamidades naturais na produção agrícola, é financiar indirectamente, abraçando linhas de financiamento em parceira com instituições internacionais.
Segundo disse, as linhas de financiamento garatem ao banco uma cobertura aos riscos em pelo menos 50 por cento, reduzindo, dessa forma, incertezas e prejuízos.
Ingualmente, o membro da Comissão Executiva do Moza Banco fez saber que a instituição bancária possui linhas de crédito, com as quais financia directamente a actividades de agro-negócio, criação de gado bovino, ouvino, incluindo aos produtores de algumas culturas como a banana-manga, que para além do consumo interno, são produtos destinados para a exportação.
Indirectamente, o Moza Banco, segundo disse a fonte, financia a culturas da castanha de cajú, a soja, gergelim, feijão-boer, entre outras.
“O financiamento indirecto de que falamos é destinado às empresas-traders e não ao agricultor. Entendemos que as empresas de comercialização agrícola têm a capacidade de fomentar a estas culturas”, argumentou.
Também integrante do painel subordinado ao tema “Indústria do Agronegócio e logística em Moçambique” Jaime Chissico, representante da Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural (MADER), referiu que o governo vê o desafio do financimento aos produtores agrícolas como uma das suas oportunidades.
A título de exemplo, o painelista afirmou que o ministério criou uma plataforma intersectorial, na qual o governo e os bancos comerciais interagem visando encontrar formas sustentáveis de financiamento agrícola.