O crescimento económico global de Moçambique permanece resiliente e está projectado em 6 por cento em 2023. As perspectivas para o sector extractivo são “fortes”, uma vez que se espera que os grandes projectos de Gás Natural Liquefeito (GNL) retomem as actividades, face a melhorias de condições de segurança na província do Cabo Delgado.
As conclusões são do Fundo Monetário Internacional (FMI), que manteve encontros de alto nível com o Governo moçambicano de 18 a 31 de Outubro passado.
“A equipa do FMI manteve discussões construtivas e frutíferas com as autoridades moçambicanas sobre as políticas económicas e financeiras necessárias para apoiar a conclusão da Terceira Revisão do Programa ao Abrigo do Acordo (ECF)”, anunciou Pablo Murphy, chefe da equipa do FMI.
Durante as reuniões, a instituição financeira internacional anotou que as autoridades moçambicans implementaram “uma forte correção para ajudar a colocar a política orçamental de volta no bom caminho, para lidar com o défice orçamental em 2022.
“A consolidação orçamental deverá continuar em 2024, em conformidade com a proposta de orçamento enviada ao Parlamento. A manutenção da disciplina orçamental em 2024 continua a ser fundamental num contexto de condições de financiamento internas e externas restritivas”, argumentou Murphy.
Ainda no âmbito da estabilização dos indicadores do crescimento económico, o FMI considera que o Governo registou progressos nas reformas estruturais previstas no programa orçamental.
“Foi adoptado um diploma ministerial para a tributação da produção de minerais e está em vigor um novo sistema de tributação electrónica, para a cobrança de todos os impostos. O corpo técnico do Fundo incentiva o avanço das reformas para reforçar a governação e reduzir as vulnerabilidades à corrupção”, afirmou.
A equipa do Fundo Monetário Internacional reuniu-se com o Primeiro-ministro Adriano Maleiane, o ministro da Economia e Finanças, Max Tonela, o Governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela e outros altos funcionários, naquela foi a Terceira Revisão ao Abrigo do Mecanismo de Crédito Alargado (ECF).
A missão também reuniu-se com representantes da sociedade civil, partidos políticos, parceiros de desenvolvimento e o sector privado.