Monday, October 13, 2025
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Força maior no projecto Mozambique LNG pode ser levantada já na próxima semana

Fontes ligadas ao projecto confirmam que a declaração de força maior que suspendeu as obras do empreendimento Mozambique LNG, liderado pela TotalEnergies em Afungi (Palma, Cabo Delgado), deverá ser oficialmente levantada na próxima semana, com sinais apontando para o dia 2 de Outubro.

O mercado tem vindo a especular há meses sobre o calendário para a retoma dos trabalhos no projecto, orçado em cerca de 20 mil milhões de dólares e com capacidade prevista de 13 milhões de toneladas por ano de gás liquefeito. Em declarações anteriores, o presidente executivo da TotalEnergies, Patrick Pouyanné, admitira a possibilidade de levantamento da força maior já no período estival, enquanto o responsável da companhia em Moçambique, Maxime Rabilloud, disse à comunicação social local que “estamos a preparar o levantamento da força maior; estamos a trabalhar arduamente para reiniciar o projecto”.

A fonte ouvida pela Upstream afirmou de forma peremptória, “It’s happening”, confirmando que o levantamento da medida está, de facto, agendado para uma data concreta na próxima semana. Outra fonte próxima do Mozambique LNG confirmou ainda a expectativa do anúncio.

Segundo a mesma reportagem, a engenharia do projecto encontra-se cerca de 90% concluída. Turbinas de gás estão a ser fabricadas no estrangeiro e os componentes concluídos “deverão começar a chegar pouco depois do levantamento da força maior”, citou a agência estatal AIM. A concretização destas entregas é considerada central para o reinício operacional das obras.

Espera-se que a cerimónia de anúncio atraia figuras de relevo do sector, além de Patrick Pouyanné, estão previstos representantes de ExxonMobil (cujo projecto Rovuma LNG partilhará o sítio de Afungi) e da Eni, bem como delegações das principais empreiteiras envolvidas, entre as quais Saipem, Technip Energies, JGC e TechnipFMC. Estas empresas deverão também participar nas fases imediatas de reabilitação logística e retoma de actividades.

O Mozambique LNG foi colocado sob força maior no início de 2021, na sequência dos ataques armados que afectaram a localidade de Palma e áreas próximas de Afungi, quando as obras de construção das instalações de liquefacção tinham apenas começado. Desde então, e apesar da suspensão formal, milhares de trabalhadores, muitos deles locais, têm permanecido no local ou nas imediações, preparando o terreno para a retoma oficial.

A reportagem refere ainda que, após o levantamento da força maior, os grupos adjudicatários de contratos adjudicados há mais de cinco anos iniciarão progressivamente os trabalhos de reinício. A Saipem aparece como o principal contratista EPC (engineering, procurement and construction) para as duas linhas de liquefacção, enquanto empresas como McDermott e Chiyoda passam a assumir papéis menores face a dificuldades financeiras recentes.

A TotalEnergies foi contactada para comentários sobre o assunto, segundo o documento, e fontes do processo aguardam apenas a confirmação final do governo, referido no texto como o governo do Presidente Daniel Chapo, para oficializar o calendário e permitir a chegada a Moçambique de representantes do sector, fornecedores e investidores para o que deverá ser considerado um evento de grande simbolismo económico. UPSTREAM ONLINE

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