O Investimento Directo Estrangeiro (IDE) em África registou um crescimento expressivo de 75% em 2024, atingindo um recorde histórico de 97 mil milhões de dólares.
A informação consta no mais recente relatório da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD).
O documento, que é citado pela imprensa internacional, indica que o desempenho notável foi impulsionado, em grande parte, por um megaprojecto de desenvolvimento urbano no Egipto. Ainda assim, mesmo excluindo este factor pontual, os fluxos de investimento para o continente aumentaram 12%, totalizando cerca de 62 mil milhões de dólares.
A UNCTAD destaca que o investimento directo estrangeiro em África passou a representar 6% do total mundial em 2024, uma melhoria face aos 4% registados no ano anterior.
Este crescimento é atribuído, em parte, à adopção de políticas de liberalização e medidas de facilitação de investimentos por vários governos africanos.
O relatório refere ainda que 36% das medidas políticas favoráveis aos investidores em 2024 foram adoptadas por países africanos.
A nível regional, o Norte de África liderou o aumento nos fluxos de IDE, sobretudo devido ao investimento significativo no Egipto.
Já a África Austral, que inclui países como Angola e Moçambique, viu os investimentos crescerem 44%, passando de 7 para 11 mil milhões de dólares.
Em contrapartida, a África Ocidental, onde se encontram países como Cabo Verde e Guiné-Bissau, registou uma ligeira retração nos investimentos, com uma descida de 7%, situando-se agora em 15 mil milhões de dólares, face aos 16 mil milhões em 2023.
No que diz respeito à origem dos investimentos, segundo o relatório, a Europa mantém-se como a principal fonte de IDE em África, seguida pelos Estados Unidos e pela China. Os investidores têm mostrado interesse crescente em sectores como o farmacêutico e o da transformação alimentar.
O relatório sublinha, por fim, que, apesar das incertezas globais, África tem conseguido atrair mais capital estrangeiro devido a reformas e iniciativas que tornam o continente cada vez mais atrativo para os investidores internacionais.