Quinta-feira, Março 28, 2024
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Índice de robustez empresarial baixou 3% no terceiro trimestre de 2021

O agravamento do preço do combustível, a subida do salário mínimo e a depreciação cambial influenciaram negativamente no desempenho do sector empresarial, no terceiro trimestre de 2021. Segundo o relatório apresentado nesta terça-feira, pela confederação das associações económicas de Moçambique (CTA), o índice de robustez empresarial baixou de 29%, no segundo trimestre, para 26%, no terceiro trimestre de 2021.

Durante a sua intervenção, na 6ª edição do “economic briefing” sobre o desempenho empresarial do 3º trimestre de 2021 e perspectivas, o vice-presidente da CTA, Zuneid Calumias, esclareceu que o ambiente de negócios não tem sido dos melhores no ano em curso e isso refletiu-se na prestação das empresas, tanto na arrecadação de receitas, bem como no pagamento de impostos ao estado.

“Quanto ao ambiente macroeconómico, entre o 2º e 3º Trimestre de 2021 notou-se uma tendência de deterioração, tendo o índice de Ambiente Macroeconómico registado uma queda em 3 pontos percentuais, de 50% para 47%, devido à depreciação do câmbio e aceleração da inflação, num contexto de manutenção das taxas de juros de crédito”, esclareceu o empresário.

Para os empresários, o 3º trimestre foi marcado por mudanças em alguns instrumentos legislativos, que não beneficiaram o sector, tendo destacado a aprovação do novo regulamento de selagem de bebidas alcoólicas e tabaco manufacturado, que resultou no agravamento dos custos do sector empresarial, sobretudo na indústria cervejeira.

“Contudo, não podemos deixar de destacar as medidas regulatórias que impactaram positivamente o ambiente de negócios, nomeadamente, a eliminação da garantia provisória em concursos para contratação de empreitada de obras públicas e fornecimento de bens e serviços ao Estado e a Aprovação da instrução que impõe maior disciplina na fiscalização rodoviária aos comandos provinciais da PRM”, alistou o Vice-presidente.

Uma das consequências do mau ambiente de negócios, grandemente influenciado pelas medidas restritivas, por conta da pandemia da COVID-19, é a regressão do índice de empregos, ou seja, o relatório divulgado pela CTA indica que no terceiro trimestre de 2021 poucas empresas estiveram em condições de empregar pessoas, tendo, pelo contrário, dispensado muita mão-de-obra.

“Esta queda do índice de emprego é explicada pela tendência desfavorável dos factores que representam a procura pelo facto de trabalho do lado das empresas, nomeadamente, disposição a contratar mais trabalhadores, número de vagas de emprego e empregos temporários e em tempo parcial”, explicou Eduardo Sengo, director executivo da CTA.

Uma outra causa para esta contracção é o custo da mão-de-obra impulsionado pelo ajustamento do salário mínimo ocorrido ao longo do 3º trimestre, de uma média de 8 mil para 8.320 Meticais.

 

CTA PEDE A ABERTURA DE PRAIAS PARA TURISTAS

O turismo é um dos sectores que mais se ressentiu com a eclosão da pandemia da COVID-19, que culminou com a decretação de medidas restritivas que sufocaram por completo o sector.

Com o recuo da pandemia, os autores da hotelaria e restauração esperavam uma gradual recuperação das suas receitas, no entanto, tem sido frequente a tomada de decisões que em nada ajudam a sua actuação, com destaque para a mais recente proibição do acesso às praias nacionais.

Os empresários entendem que há necessidade de evitar maior propagação da doença, no entanto consideram que uma medida que pode aliviar os encargos, pelo menos no sector do turismo, é a abertura parcial das praias.

Assim, os associados pedem que se autorize a “abertura das praias de segunda a sexta-feira, das 6 às 17h para os banhistas, assegurando o acesso a praia dos hóspedes dos hotéis, com base numa senha que confirma a sua condição de hóspede, para os hotéis que estão a beira do Mar, adopção de legislação de uso de praias adequada com sinalização de permissão e proibição de uso de certas áreas da praia e aumento do número de pessoas nos eventos sociais em recintos adequados ou que tenham cumprido com o protocolo sanitário”, disse Zuneid Calumias.

Noor Momad, do pelouro do Turismo da CTA, também defende a abertura das praias para os turistas, como uma forma de reanimar a economia, pois Moçambique é um país com grande potencial turístico e as praias são uma das principais atracções.

“O que nós queremos é que o Governo arranje uma forma de manter as praias abertas para os turistas, numa primeira fase, até a situação melhorar. Nós sabemos que as aglomerações acontecem nos finais de semana, então podemos mantê-las encerradas aos finais de semana e abertas durante a semana. Pode ser uma saída viável, pois o nosso sector está a ser gravemente fustigado”, referiu.

Apesar de todas estas dificuldades, a confederação das associações económicas de Moçambique prevê uma melhoria do desempenho das empresas, no quarto trimestre de 2021, devido ao alívio de algumas medidas restritivas.

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