Intitulado “Inquérito às Indústrias Manufactureiras Moçambicanas (IIM-2022), o estudo que que visa documentar a evolução das empresas do sector manufactureiro durante a última década, abrangeu a principais áreas urbanas de sete províncias, nomeadamente Maputo cidade, Maputo província, Gaza, Sofala, Manica, Tete e Nampula.
O documento considera que o número de empresas que operam no sector manufactureiro também reduziu, visto que das 831 empresas entrevistadas em 2012, apenas 355 continuavam em funcionamento em 2022, “o que significa que o remanescente deixou de funcionar, ou seja, encerrou o seu negócio”.
Como uma das razões para o fenómeno, o relatório, citado pela Agência de Informação de Moçambique (AIM), aponta que 68 por cento das empresas que solicitam financiamento bancário têm dificuldades de acesso ao crédito, e uma média taxa de juro considerada das mais elevadas do continente.
Os autores do documento chegaram a esta conclusão com base na avaliação do clima de investimento e do “mix market”, instrumentos utilizados nas análises económicas.
Para o efeito, o estudo chama atenção do Executivo sobre a necessidade de renovação de políticas que apoiem o crescimento económico, olhando para a indústria manufactureira como um verdadeiro motor do desenvolvimento.
“O sector tem tido dificuldades significativas em progredir como desejado e em contribuir para a tão necessária transformação económica, industrialização e desenvolvimento em Moçambique. Não há evidências significativas de industrialização, apesar do foco a longo prazo no apoio às empresas industriais”, lê-se no documento.
O relatório também avança que, entre 2012 e 2022, o número de empresas que contribuíram para o sistema nacional de segurança social através do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS) permaneceu estagnado.
Como solução para a revitalização da indústria manufactureira, o inquérito propõe a redução do número e dos custos das licenças e inspecções necessárias para as empresas, aprofundamento das cadeias de valor que vão permitir a especialização e cooperação das empresas.
O estudo acredita que essas medidas vão contribuir para o aumento da produtividade, melhoria das ligações às cadeias de valor internacionais e compreensão do motivo pelo qual a oferta de financiamento para actividades do sector privado é mais lenta a reagir à crescente procura de crédito.