Quarta-feira, Abril 24, 2024
spot_img

Insenção do IVA: CIP estima que o Estado tenha perdido 9,4 mil milhões de meticais

Estima-se que com estas isenções o Estado tenha perdido, de receitas fiscais, cerca de 9,4 mil milhões de meticais. No entanto, o efeito destas isenções sobre o preço dos produtos para as famílias – que são o consumidor final – não é notório, segundo revela o relatório do Centro de Integridade Pública.

O IVA é uma das principais fontes de arrecadação de receitas a nível mundial. Para o caso de Moçambique, mesmo com as inúmeras isenções, este imposto contribui, em média, com cerca de 32%2 da receita fiscal. A importância fiscal do IVA deriva do facto de este ser um imposto sobre o consumo, portanto um imposto indirecto que incide sobre os agentes económicos na mesma proporção.

A taxa cobrada de 17% incide sobre o valor da factura (o valor final do bem ou serviço prestado), facto que encarece o custo para o consumidor final. Torna o preço final mais elevado. Sendo um imposto que deve ser pago por todos os agentes económicos é tido como um imposto regressivo. E, por isso, em alguns países, como Moçambique, na tentativa de torná-lo progressivo são aprovadas certas isenções em bens de consumo, que podem ter impacto nas camadas mais vulneráveis e proteger a indústria nacional, como é o caso do açucar.

Como forma de reduzir o preço final dos bens e serviços considerados essenciais (como é o caso do açúcar, óleo e sabão), aumentar o seu acesso e garantir maior competitividade, o Governo de Moçambique introduziu, em 2007, com a aprovação da Lei n.˚ 32/2007, de 31 de Dezembro, a isenção do IVA nestes produtos.

Passados cerca de 9 anos de isenção destes produtos, os consumidores continuam a ressentir-se de preços elevados praticados pelas empresas produtoras e o Governo perde cerca de 1,1 mil milhões de MT por ano em receitas.

Leia na íntegra o relatório do CIP que, segundo a organização, propõe-se a discutir a racionalidade de se manter as isenções do IVA nos sectores de açúcar, óleo alimentar e sabão, dado o elevado custo fiscal associado à medida e à ausência de resultados satisfatórios da sua implementação na estabilização de preços.

Entrevistas Relacionadas

Conteúdo Local: Sector privado colabora com o Governo na definiçao dos valores mínimos

No seguimento dos encontros com os Ministros das áreas...

Moçambique enfrenta disputa internacional por licença mineira

Moçambique está no centro de uma batalha internacional devido...

UNIDO Capacita PMEs em matérias de conformidade para aumentar acesso ao comércio exterior

Decorreu esta quinta-feira (07), na Cidade de Maputo, uma...