Novos ventos parecem estar a roçar as asas das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), que, com cautela, pretende retomar a sua estabilidade financeira de valor percebido no circuito da aviação.
Entre os vários entraves que quase a perpetuaram em voos rasantes, está a dívida com a Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA), que, até Outubro de 2024, estava avaliada em mais de 200 milhões de dólares. Por conta do saldo, a IATA suspendeu a LAM.
Em Fevereiro deste ano, porta-voz da LAM, Alfredo Cossa, disse à Rádio Moçambique, que o plano de amortização da dívida seria concluído a breve trecho.
Em Junho de 2025, a Ministra das Finanças, Carla Loveira assegurou que o Executivo estava a trabalhar junto dos bancos para poder exportar as divisas a travar a ameaça da IATA de suspender voos internacionais para o país.
Falando ao CIP Cast, o Director de Controle de Participações do Instituto de Gestão de Participações do Estado de Moçambique (IGEPE), Jacinto Uqueio, revelou que a LAM regularizou sua dívida com a IATA.
A perspectiva é que a regularização reabra o acesso aos sistemas globais de reservas e emissão de bilhetes.
Ontem, em conferência de imprensa, o Presidente do Conselho de Administração da LAM, Agostinho Langa Jr., referiu haver já a oportunidade de reabrir o espaço aéreo aos voos internacionais, mercê dos avanços na amortização da dívida com a IATA. Ele não revelou o valor que já foi pago.
“E por isso mesmo, vamos ganhando alguma credibilidade nas dívidas que nós temos, incluindo com a IATA. Praticamente liquidámos a dívida toda” disse.
Ele explicou que a LAM não vai, para já, reabrir com a IATA, para evitar um novo bloqueio que pode ser desencadeado por outros credores. A estratégia, conforme disse, é agora a negociação directa.
“Nós é que não abrimos a IATA, porque não queremos que os credores vão a correr à IATA e nos bloqueiem de novo com uma série de dívidas. Estamos a fazer negociações directas com os credores, as entidades a quem nós devemos, e apresentamos planos de pagamento, e eles vão acreditando e aceitando aos poucos a LAM” clarificou.
De acordo com Langa Jr., esse reposicionamento da LAM está a contribuir para entidades que antes se recusam a trabalhar com a companhia, agora queiram alugar aviões.
“Quem não confiar numa empresa que tem por detrás a HCB, CFM e EMOSE, não sabe a quem vai confiar aqui neste país” rematou.
Entre Outubro de 2024 e Abril de 2025, Moçambique foi o país com os maiores valores retidos na compra de passagens para voos internacionais, de acordo com um relatório da IATA.




