A linha férrea que liga o porto central moçambicano da Beira ao vizinho Malawi deverá ser reaberta no primeiro semestre do próximo ano, na sequência de uma extensa reconstrução ao largo da linha do Sena que liga a ponte Dona Ana sobre o rio Zambeze a Vila Nova da Fronteira, na fronteira, e está paralisada desde Setembro de 1986, quando foi sabotada pelos rebeldes da Renamo, apoiados pelo apartheid, durante a guerra de desestabilização.
O Presidente de Moçambique Filipe Nyusi lançou a primeira pedra para a reconstrução do esporão em Maio deste ano e os trabalhos já foram concluídos em 44 quilómetros da pista, que tem um orçamento de 30 milhões de dólares americanos. Outros 26 quilómetros de caminho-de-ferro foram completados no lado malauiano.
Uma vez operacional, a linha irá retirar grande parte do tráfego entre a Beira e o Malawi da rede rodoviária. Irá também competir com a rota ferroviária entre o Malawi e o porto norte moçambicano de Nacala.
De acordo com a edição de quarta-feira do diário “Noticias” de Maputo, o Secretário de Estado da província de Tete,
Elisa Zacarias, inspeccionou os trabalhos de construção na terça-feira. Durante a sua visita, observou que “as obras no Malawi estão também em curso e em breve poderemos abrir”.
O Director Executivo da empresa pública de portos e caminhos-de-ferro de Moçambique, CFM, para a região central, Asinio Bainha, explicou que o trabalho técnico continua no lado moçambicano da linha, incluindo a conclusão da sinalização e das travessias ferroviárias. Contudo, sublinhou que não há pressa porque alguns dos trabalhos podem ser concluídos enquanto os comboios estão a circular e, além disso, o principal atraso está no lado malauiano.
O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, esteve no Malawi numa visita de estado de três dias. Na segunda-feira, anunciou em Lilongwe que Moçambique está pronto para apoiar o Malawi na conclusão do projecto ferroviário.
No total, a linha cobre 115 quilómetros com 71 quilómetros do lado malauiano.