- CDM distribuirá dividendos de 8,15 meticais por acção, em duas tranches;
- Lucro líquido cresceu de 577 milhões para 1.706 milhões de meticais em 2024;
- Expansão das exportações e redução de custos impulsionaram o desempenho;
- Assembleia abordou impacto das bebidas importadas não seladas no mercado nacional;
- Bruno Tembe nomeado novo Administrador Executivo da empresa.
A Cervejas de Moçambique (CDM) vai distribuir dividendos no valor de 8,15 meticais por acção aos seus cerca de 3.000 accionistas, o que representa um aumento de 150% face ao ano anterior. A decisão foi anunciada durante a Assembleia-Geral Ordinária da empresa, realizada recentemente em Maputo, e reflecte o robusto desempenho financeiro alcançado em 2024, apesar de um ambiente económico desafiante.
A CDM, empresa líder do sector cervejeiro em Moçambique, anunciou que os dividendos serão pagos em duas tranches iguais, a primeira em Junho e a segunda em Novembro de 2025. A deliberação surge na sequência de um resultado financeiro assinalável: um aumento de 196% no lucro líquido, que passou de 577 milhões de meticais em 2023 para 1.706 milhões em 2024.
Segundo o relatório apresentado na Assembleia-Geral, a melhoria nos resultados foi impulsionada pelo crescimento das exportações para a África do Sul, por ganhos de eficiência operacional e pela redução dos encargos financeiros. Este desempenho notável foi alcançado apesar de uma contracção de 2,5% nas receitas, atribuída à instabilidade pós-eleitoral verificada no último trimestre de 2024.
Durante a sessão, o Presidente do Conselho de Administração, Tomás Salomão, destacou o papel estratégico da CDM no tecido industrial nacional, reafirmando o compromisso da empresa com a inovação, a responsabilidade social e a sustentabilidade.
Já o Director-Geral, Galo Riveira, sublinhou os desafios enfrentados ao longo de 2024, incluindo os impactos causados por manifestações e perturbações logísticas. “Os resultados robustos confirmam a consolidação do nosso posicionamento no mercado”, afirmou.
A Assembleia serviu também para a abordagem de aspectos regulatórios, nomeadamente a preocupação da empresa relactivamente à entrada no país de bebidas importadas não seladas, o que representa uma ameaça tanto para a actividade comercial da CDM como para as receitas fiscais do Estado. A empresa apelou a uma fiscalização mais rigorosa e à revisão das actuais políticas de vedação de bebidas.
Em matéria de governação corporativa, foi anunciada a nomeação de Bruno Tembe como novo Administrador Executivo da CDM, em substituição de Hugo Gomes. Este último passa agora a liderar a Unidade de Negócios da África Austral e Este da AB InBev, empresa belgo-brasileira que detém a maioria do capital da CDM e é actualmente a maior cervejeira do mundo.