O Secretário Permanente do Ministério dos Recursos Minerais e Energia, António Manda, afirmou que Moçambique está a avançar com o projecto de massificação do uso de Gás Natural Veicular (GNV), numa parceria estratégica com a Coreia do Sul, país considerado referência mundial em tecnologia e inovação energética.
“A Coreia do Sul é um país tecnológico, pioneiro basicamente no mundo nesta área do gás natural ecológico. Detém a tecnologia e a experiência da massificação deste programa, e é essa expertise que queremos trazer para Moçambique”, disse Manda, à margem da apresentação do projecto.
Questionado pela PROFILE sobre o estágio actual do consumo de GNV no país, o dirigente revelou que “existem cerca de quatro mil viaturas a usar gás natural ecológico”, número ainda reduzido face ao universo de 1,3 milhões de veículos registados. “O ideal seria que todos nós usássemos o gás, não só por razões ambientais, mas também pelo custo é 50% mais barato que o gasóleo ou o petróleo e porque é um recurso nosso, o que permite poupar divisas”, acrescentou.
Manda explicou que o maior desafio está na expansão das infra-estruturas de conversão e postos de abastecimento ao longo do território nacional. “Actualmente, os postos estão apenas em Maputo. Estamos a expandir para Inhambane, de modo a garantir que os automobilistas tenham alternativas ao longo das estradas. No futuro, vamos usar o LNG para colocar postos onde não existe gasoduto”, disse.
Quanto à sustentabilidade do projecto, o Secretário Permanente sublinhou que a Coreia será um parceiro crucial, não apenas na transferência de tecnologia, mas também no financiamento. “Estamos a explorar formas de obter financiamento para expandir os postos de abastecimento e conversão. A Coreia é o parceiro certo porque tem tecnologia e capacidade financeira”, afirmou.
Interpelado sobre os incentivos fiscais necessários à massificação do programa, António Manda reconheceu que “tudo o que é massificação precisa de incentivo fiscal, sobretudo na importação de equipamentos”. Segundo explicou, “a experiência na área da electrificação rural mostra que a isenção fiscal inicial é fundamental para estimular o investimento privado e garantir ganhos para o país”.
O governante adiantou ainda que, para além da Coreia, Moçambique conta com a colaboração da Sasol e da Petromoc, que desempenha o papel de veículo de execução do projecto, com apoio do Fundo de Infra-estruturas. “O Governo, através da Petromoc, já está a implementar o programa, e contamos com a Sasol e a Coreia como parceiros estratégicos para a massificação do gás veicular ao longo do país”, concluiu.