Moçambique está entre os dez países africanos com maior crescimento das reservas externas em 2023, de acordo com dados publicados nesta Quinta-feira, 29 de Agosto, pelo portal de notícias Business Insider Africa. O país registou um aumento de 32,3% nas suas reservas, posicionando-se em oitavo lugar no ranking continental.
Segundo o portal, o crescimento das reservas externas é fundamental para a manutenção da saúde financeira de um país, especialmente em África, onde as flutuações nas receitas de exportação, particularmente de petróleo, têm impacto significativo nas economias nacionais.
“O petróleo representa mais de 36% das exportações em África, o que faz com que os preços das matérias-primas tenham um papel crucial na taxa de câmbio e nas reservas externas, gerando lucros importantes para as nações africanas”, destaca o relatório do Business Insider Africa.
Mesmo diante de um cenário económico global adverso e da pressão dos preços das matérias-primas, as vendas de petróleo bruto foram determinantes para a recuperação das reservas cambiais no continente. De acordo com o relatório de 2024 sobre o comércio africano do Afreximbank, intitulado “Implicações Climáticas da Implementação da AfCFTA”, os activos cambiais de África aumentaram cerca de 2,6% em termos anuais, totalizando 26 biliões de meticais (411,9 mil milhões de dólares) em 2023, uma reversão positiva em comparação com a queda de 2,3% registada em 2022.
Além dos preços das matérias-primas, o relatório atribui a melhoria das reservas externas a factores como a entrada sustentada de capital, apoio de organizações internacionais, bilaterais e regionais de financiamento ao desenvolvimento, e o aumento das chegadas de turistas e remessas de emigrantes.
Esses desenvolvimentos contribuíram para uma ligeira melhoria na cobertura média das importações na região, que passou de quatro para cinco meses em 2023, acima do requisito mínimo de três meses estipulado pelo FMI.
Segundo o Business Insider Africa, os dez países africanos com maior crescimento das reservas externas em 2023 são: São Tomé e Príncipe (105,4%), Chade (83,6%), República do Congo (59,7%), Libéria (43,4%), República Centro-Africana (35,9%), Lesoto (35,3%), Guiné Equatorial (32,3%), Moçambique (32,3%), Eritreia (30,1%) e Tunísia (28,1%).