O Governo moçambicano pretende reduzir os níveis de importação de produtos petrolíferos através da mistura de etanol com gasolina e diesel, no âmbito do programa de biocombustíveis.
Para o efeito, o Executivo moçambicano actualizou a legislação em 2023, que preconiza a necessidade de potenciar os agricultores nacionais, reduzir ou poupar as divisas.
Falando nesta quinta-feira (15), em Maputo, à margem do seminário sobre biocombustíveis com foco na indústria de etanol em Moçambique, o director nacional adjunto de Hidrocarbonetos e Combustíveis, no Ministério dos Recursos Minerais e Energia, José Muhai, referiu que “o que se pretende com este programa de biocombustíveis é garantir a mistura, numa primeira fase, de 10% de etanol, com a gasolina, e depois, numa primeira fase, também 3% de diesel, tanto com o biodiesel”.
Citado pela AIM, Muhai avançou que o Governo espera, com a introdução do programa de biocombustíveis, reduzir em média cerca de 50 mil metros cúbicos de gasolina e uma redução de quase 45 mil metros cúbicos de diesel.
O dirigente fez saber que há projectos que já estão na fase de estudo de viabilidade, alguns dos quais já estão em projectos pilotos para a produção destes combustíveis e que outros vão apostar no uso da copra, outros no uso da jatrofa e outros no uso do melaço.
Já o director adjunto do Instituto Nacional de Normalização e Qualidade (INNOQ), Arlindo Mucone, disse que o evento visa fortalecer o compromisso da instituição com o desenvolvimento sustentável através da promoção de biocombustíveis em Moçambique, criando condições mais favoráveis para a utilização do etanol, quer em soluções para cozinhas limpas, quer em misturas com combustíveis fósseis.
A fonte lembrou ainda que o País dispõe de condições agro-geológicas favoráveis para a produção de biocombustíveis em larga escala, com destaque para o biodiesel com origem nas matérias-primas como o coco.
“Penso que também temos terrenos férteis para nós produzirmos a jatrofa e o etanol que podem ser obtidos a partir da carne de açúcar, a mandioca, temos cana-de-açúcar, temos mandioca e outros produtos agrícolas amplamente disponíveis no nosso País”, assinalou.