Moçambique está fora da lista global dos 100 países com boa governação electrónica, que conta com apenas cinco países africanos presentes no ‘ranking’. Trata-se de uma classificação que avalia a capacidade dos governos para adoptarem tecnologias de informação e comunicação com vista à melhoria dos serviços públicos, realizada pelo Departamento de Assuntos Económicos e Sociais do Secretariado-Geral da ONU.
O relatório destaca avanços significativos em governação digital, impulsionados por investimentos em infra-estruturas resilientes e tecnologias de ponta, como a inteligência artificial e a computação em nuvem.
No berço da humanidade (África), a vizinha África do Sul aparece como líder, ocupando o 40.º lugar da lista global. Além deste, mais quatro países africanos integram o “top 100” mundial: Ilhas Maurícias, na 76.ª posição, Tunísia (87.ª), Marrocos (90.º) e Egipto, em 95.º lugar. Noutros cantos do mundo, entre os líderes estão os Estados Unidos nas Américas, Singapura na Ásia, Dinamarca na Europa e Austrália na Oceania.
Na sequência, entre os países mais bem classificados, encontram-se a Coreia do Sul, Islândia, Arábia Saudita, Reino Unido, Finlândia, Países Baixos, Emirados Árabes Unidos, Alemanha, Japão, Suécia, Noruega, Nova Zelândia, Espanha e Bahrein. Na lista, Moçambique ocupa a 177.ª posição, com Cabo Verde a liderar o “ranking” dos países africanos de expressão portuguesa, na 111.ª posição, seguido por São Tomé e Príncipe (154.ª), Angola (156.ª) e Guiné-Bissau (170.ª).
Portugal surge como “rei” na Comuunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), seguido de perto pelo Brasil, que ocupa a 50.ª posição. O estudo usa três pilares de avaliação: Capital humano, Infra-estrutura de telecomunicações (enquadramento institucional, prestação de serviços, fornecimento de conteúdos, tecnologia e participação electrónica) e Serviços online (fornecimento de conteúdos, tecnologia e governo electrónico).
A pesquisa foi elaborada pelo Departamento de Assuntos Económicos e Sociais da ONU ao longo de dois anos, avaliando como o governo digital pode facilitar políticas e serviços integrados dos 193 Estados-membros.