Segunda-feira, Setembro 1, 2025
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Moçambique prevê multiplicar produção de gás natural até 2029

O Governo moçambicano traçou uma meta ambiciosa para o sector energético, prevendo quintuplicar a produção anual de Gás Natural Liquefeito (GNL) até 2029. O objectivo é atingir 20 milhões de toneladas por ano, um aumento significativo em relação às 3,3 milhões de toneladas registadas em 2024.Esta previsão faz parte do Programa Quinquenal do Governo (PQG) 2025–2029, um documento estratégico que será submetido à Assembleia da República para debate nas próximas semanas. O plano reforça a aposta na exploração dos vastos recursos de gás da bacia do Rovuma, ao largo da província de Cabo Delgado.O crescimento da produção dependerá de três grandes projectos já aprovados, embora apenas um esteja actualmente em operação. O Coral Sul FLNG, liderado pela petrolífera italiana Eni, é o único activo e prevê duplicar a sua capacidade nos próximos anos.

Os outros dois megaprojectos — Área 1, da TotalEnergies, e Área 4, da ExxonMobil — encontram-se em diferentes fases de preparação. O projecto da TotalEnergies foi suspenso em 2021 devido à insegurança em Afungi, mas a petrolífera francesa avalia o regresso das actividades, condicionado à estabilização da segurança e à conclusão de um financiamento de 15 mil milhões de dólares.Já a ExxonMobil, responsável pelo projecto da Área 4, prevê uma capacidade anual de 18 milhões de toneladas de GNL e poderá acelerar sua decisão final de investimento caso haja avanços na operação da TotalEnergies.Ademais, o Governo pretende dinamizar a pesquisa de hidrocarbonetos, expandindo o número de contratos de sete para 16 até 2029.

Espera-se que essa iniciativa impulsione novos investimentos e consolide Moçambique como um dos principais actores no mercado global de gás natural.O impacto económico dessa estratégia está reflectido nas projecções macroeconómicas do PQG. O Executivo estima que o PIB per capita passe de 662 dólares para 951 dólares até 2029, impulsionado sobretudo pelas exportações de GNL e pela entrada de capital estrangeiro no sector energético.

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