Sábado, Setembro 7, 2024
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Moçambique propõe abordagem adaptada na transição energética para países em desenvolvimento

Moçambique defende que as metas globais para a redução das emissões de gases de efeito estufa até 2050 devem levar em conta os contextos e desafios específicos dos países em desenvolvimento. Durante um congresso realizado na Itália, o secretário permanente do Ministério dos Recursos Minerais e Energia, António Saínda, apresentou essa posição em um painel de alto nível.

António Saínda enfatizou a importância de uma ação internacional coordenada para reduzir as emissões de gases prejudiciais ao ambiente, alinhada com o Acordo de Paris de 2021. No entanto, destacou a necessidade de que essas metas sejam realistas, considerando as actuais dificuldades económicas e as necessidades de desenvolvimento de países africanos como Moçambique.

Um dos principais desafios apontados por Saínda inclui o acesso ao financiamento climático, a capacitação de recursos humanos e a transferência de tecnologia, elementos cruciais para que os países em desenvolvimento possam alcançar suas metas energéticas. Ele salientou que o financiamento pode suprir as necessidades energéticas internas e consolidar a posição de Moçambique como produtor e fornecedor de energias verdes na região Austral da África.

Moçambique possui um potencial energético significativo, com estimativas que incluem 18 Gigawatts de fontes hídricas, 185 Tcf de gás natural, 25 bilhões de toneladas de reservas de carvão, 23 mil Gigawatts de energia solar e 5,6 Gigawatts de energia eólica. Actualmente, o país está implementando projectos de energias renováveis com capacidade de 100MWp, como Mphanda Nkuwa, Boroma e Lupata, além da construção de pequenas centrais fotovoltaicas flutuantes para fornecer energia a comunidades em várias ilhas do país.

Durante o congresso em Milão, Moçambique reafirmou seu papel facilitador na transição energética global, especialmente através do gás, posicionando-se como um centro energético gerador na região da África Austral e impulsionando sua própria transição energética. Representantes do governo também se reuniram com líderes globais como o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair e o ex-secretário de Estado dos EUA John Kerry para discutir financiamento e transição para energias verdes.

O evento contou ainda com a participação de ministros dos Recursos Minerais de países como Azerbaijão, Paquistão, Serra Leoa e Gana, que discutiram estratégias para promover uma transição energética inclusiva e adaptada às realidades dos países em desenvolvimento.

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