Moçambique produziu, em 2021, um total de 188 milhões de giga-joules de gás natural, de acordo com a Direcção Nacional de Hidrocarbonetos de Combustível, citada num estudo do Instituto Nacional de Estatística. Embora o país seja “famoso” por deter enormes jazigos do recurso natural, os últimos anos têm sido marcados por uma redução da quantidade de gás natural produzido e vendido. Entre 2018 e 2021, houve uma redução de quatro milhões de giga-joules de gás natural, ou seja, produzimos, há quatro anos, 192 milhões de giga-joules e, no ano antepassado, o país produziu 188 milhões.
Redução é também a palavra que descreve a quantidade de gás natural exportado pelo país. No período supracitado, o país registou uma redução de cerca de nove milhões de giga-joules de gás exportado, ou seja, de 159 para 150 milhões de giga-joules de gás.
Giga-joules é a unidade tradicionalmente usada para medir energia mecânica (trabalho), que é também utilizada para medir energia térmica.
No entanto, houve um aumento do consumo interno do recurso sobre o qual temos vindo a falar. Senão vejamos, entre 2018 e 2021, a quantidade de gás vendido no mercado nacional subiu de 23 milhões em 2018 para 29,3 milhões em 2021.
Gás natural é um combustível fóssil não renovável oriundo da degradação de matéria orgânica ao longo de milhares de anos e sob condições ideais de pressão e temperatura.
DISPARAM VENDAS INTERNAS DE GASOLINA E GPL
Contrariando a tendência da produção e exportação de gás natural, produtos como gasolina e gás de petróleo liquefeito tiveram uma subida significativa do volume de vendas. Segundo o estudo do INE, que temos vindo a citar, o volume de gasolina vendida no mercado nacional aumentou de 394,6 mil metros cúbicos em 2017 para 483,6 mil metros cúbicos em 2021. Isto representa um aumento de cerca de 89 mil metros cúbicos nos últimos quatro anos, o que corresponde a cerca de 14%.
O Gás de Petróleo Liquefeito (GPL) não ficou atrás, tendo, no período em análise, vivido um aumento nas vendas de cerca de 30 mil toneladas em 2017 para 46 mil toneladas em 2021.
Em sentido contrário, houve queda drástica nas vendas do JET-A1 – um dos combustíveis mais usados na área da aviação – de 75,2 mil metros cúbicos em 2017 para 41,7 mil metros cúbicos em 2021, uma redução de quase metade das vendas. O outro combustível cujas vendas também caíram é o petróleo de iluminação, cuja comercialização reduziu de 22,3 mil metros cúbicos em 2017 para 7,9 mil metros cúbicos em 2017.
Na sua avaliação do sector dos recursos naturais, ambientais e seus usos, o Instituto Nacional de Estatísticas (INE) resume que “as vendas relativas aos derivados de petróleo, em 2021, o gás petróleo liquefeito (GPL) registou o aumento de 14,9% e o combustível de aviação (JET-A1) – uma queda de 9,3%”, afirma a instituição que, no entanto, destaca “um aumento significativo da produção do carvão vegetal em 2021 na ordem de 159,3 %, comparativamente ao ano de 2020”.
Os indicadores apresentados pelo INE são baseados na recolha e tratamento das bases de dados e relatórios administrativos disponibilizados pelos sectores, que, directa ou indirectamente, lidam com as matérias ligadas ao ambiente.
O Pais