Moçambique regista uma estabilidade monetária e cambial apesar dos desafios impostos pela conjuntura actual, afirma o Presidente da República, Daniel Chapo.
O Chefe de Estado anunciou o facto durante a Gala do 50º aniversário Banco de Moçambique que teve lugar sábado em Maputo. O Banco foi criado a 17 de Maio de 1975.
“Ao longo destas cinco décadas, o Banco de Moçambique mostrou que, mesmo em meio a turbulências globais, a estabilidade monetária é possível. Hoje, o País regista inflação controlada e reservas internacionais robustas, apesar de todas as adversidades, cheias, inundações, ciclones e Covid – o Banco de Moçambique continua robusto”, disse Chapo citado numa publicação da AIM.
Referiu que a inclusão financeira deixou de ser meta para ser realidade. O testemunho disso são os milhões de moçambicanos em todo o país que acedem aos serviços bancários, microcrédito e pagamentos móveis que transformam vidas e fortalecem comunidades.
Esta situação é reflexo de decisões corajosas e de um compromisso sólido com o bem-estar colectivo dos moçambicanos.
Chapo fez questão de frisar que desde a sua fundação o Banco passou por muitas provações citando como exemplo crises regionais, oscilação de preços de matérias-primas e dívidas assustadoras.
“No entanto, cada desafio revelou-se professor de cada um de nós: aprendeu-se sobre a importância da supervisão prudencial, da transparência e da literacia financeira, sustentáculos de um sistema resiliente e capaz de proteger o cidadão”, disse.
Para o presente ciclo governativo, Chapo aponta a transformação estrutural da economia como um dos pilares para o alcance da Independência Económica por meio de intervenções que concorram para a auto-suficiência, autonomia financeira, controlo dos recursos naturais, melhoria da balança comercial e diversificação da economia.
Adverte, contudo, que a materialização destes desideratos depende, em parte, da preservação da estabilidade de preços e da promoção de um sistema financeiro robusto e inclusivo, combinado com um crescimento económico sustentável como povo e para o povo.
Disse ser compromisso do governo para com as gerações futuras: um metical forte para um Moçambique forte; um Banco de Moçambique visionário para um país em ascensão.
Como desafios, para os próximos 50 anos, Chapo aponta um Metical cada vez mais forte, cada vez mais digital, um Metical que pulsa nas carteiras electrónicas dos jovens empreendedores em cada canto do país e nas transacções dos exportadores.
Outro desafio é a materialização de um sonho de ver o Banco de Moçambique na vanguarda da inovação, com pagamentos instantâneos, plataformas inteligentes e algoritmos que alertem antes mesmo de os riscos surgirem.
O sonho de viver num Moçambique onde cada cidadão, no centro urbano ou na aldeia mais remota de Moçambique, use o telemóvel como porta de entrada para serviços financeiros seguros e inclusivos é outro desafio arrolado por Chapo e, por fim, um sonho de ver um sistema económico resiliente, verde, que financia energia limpa, infra-estruturas sustentáveis e projectos que conciliam lucro com responsabilidade social no seio da população.
Participaram no evento antigos Chefes de Estado, Antigos primeiros ministros, antigos governadores do Banco Central, deputados da Assembleia da Republica e outros convidados. (AIM)