Terça-feira, Maio 20, 2025
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MMEC 2025: Moçambique terá um complexo industrial para produção e armazenagem de combustíveis

O Presidente da República, Daniel Chapo, anunciou esta Quarta-feira (7), em Maputo, a construção de um complexo industrial para a produção e armazenagem de combustíveis líquidos e gasosos em Moçambique, no âmbito de um memorando de entendimento assinado entre a empresa estatal Petromoc e o grupo nigeriano Aiteo.

O anúncio foi feito durante a abertura da 11.ª Conferência e Exposição de Mineração e Energia de Moçambique (MMEC 2025), que decorre até Quinta-feira sob o lema “Investir numa nova era: transformar os recursos naturais de Moçambique para impulsionar a industrialização e a integração regional”.

O empreendimento prevê a instalação de uma refinaria modular com capacidade diária para processar 200 mil barris de petróleo, além de infra-estruturas para armazenagem de 160 mil toneladas métricas de combustíveis líquidos e 24 mil toneladas métricas de Gás  Liquefeito (GL). A execução está projectada para um prazo de dois anos.

Segundo Chapo, o projecto terá impacto directo na criação de empregos, substituição de importações, incremento das exportações e crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). O grupo Aiteo é considerado uma das principais petrolíferas independentes de África, com operações centradas na Nigéria.

Ainda no mesmo evento, o Chefe de Estado revelou um segundo memorando de entendimento entre os governos de Moçambique e da Zâmbia para a construção de um gasoduto entre a cidade da Beira e Noa (Zâmbia), com capacidade para transportar 3,5 milhões de toneladas de produtos petrolíferos por ano. O investimento está avaliado em 1,5 mil milhões de dólares.

“O gasoduto permitirá abastecer o mercado zambiano de forma mais eficiente, reduzindo o trânsito de camiões nas estradas nacionais, principalmente na Estrada Nacional Número 6”, explicou.

Chapo também destacou o avanço de projectos estruturantes no sector energético, com destaque para o Plano de Desenvolvimento do Coral Norte, que prevê a instalação de uma plataforma flutuante de Gás Natural Liquefeito (GNL), e o relançamento do projecto Moçambique LNG, com financiamento do Exim Bank dos EUA e liderado pela TotalEnergies. Também está em preparação o projecto Rovuma LNG, liderado pela ExxonMobil, com investimentos que totalizam cerca de 27 mil milhões de dólares.

No sector mineiro, o Presidente indicou um crescimento de 12% em 2024 e a exportação de 117 carregamentos de GNL a partir do Coral Sul, operado pela ENI. Foram igualmente realizadas mais de 563 mil novas ligações eléctricas, elevando a taxa de acesso nacional de 53,4% para 60,1%.

Entre os projectos em curso, Chapo mencionou a Central Térmica de Temane e o lançamento da Cidade Petroquímica de Anchimbe, como parte da estratégia de industrialização e diversificação económica.

Apesar dos avanços, o Presidente reconheceu desafios persistentes, sobretudo na mineração artesanal, onde subsistem práticas ilegais, evasão fiscal e falta de observância das normas ambientais. Em resposta, anunciou reformas legais em curso, incluindo a revisão das leis de Minas e de Petróleos, além da criação de uma nova Agência de Promoção Mineira.

Por fim, reiterou o papel regional de Moçambique como fornecedor de energia aos países vizinhos e o compromisso com a transição energética, através do investimento em fontes renováveis.

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