“A empresa já está no terreno a fazer o estudo de impacto ambiental e consultas comunitárias para viabilizar a pretensão de explorar o recurso natural, que vai abastecer a fábrica em construção”, descreveu o director de Actividades Económicas de Mossuril, Casimiro Ussene.
Segundo revelou, numa informação divulgada no domingo, 19 de Novembro, pela Rádio Moçambique, o distrito dispõe de uma grande reserva florestal, com diversas espécies e valiosos minérios.
Avaliado em 200 milhões de dólares, o novo complexo industrial da cimenteira está a ser implantado numa área de 50 hectares e as obras de construção deverão durar 18 meses, sendo que terá capacidade para produzir dois milhões de toneladas de cimento por ano e gerará 600 postos de trabalho directos.
A Moçambique Dugongo Cimentos é detida pelos grupos empresariais SPI (moçambicano) e West China Cement Limited (chinês). A SPI é uma entidade detentora de uma vasta carteira de negócios e que tem sido associada à Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) por instituições de pesquisa.
A primeira fábrica localizada no distrito de Matutuíne, a 70 quilómetros da cidade de Maputo, tem uma capacidade de produção de dois milhões de toneladas de cimento anuais.
Logo após a sua entrada no mercado nacional, em Maio de 2021, a Dugongo praticou preços de cimento muito inferiores aos que eram aplicados, levando outros operadores a acusarem a empresa de deslealdade e de provocar a falência de outras cimenteiras e despedimentos de mão-de-obra no sector.
Depois de meses de actividade e com preços muito baixos, a empresa subiu o custo do cimento para níveis próximos dos que eram praticados pelas cimenteiras obrigadas a encerrar.
A 12 de Setembro de 2022, a Dugongo assegurou que iria pagar a sanção de 20,5 milhões de meticais, então aplicada por práticas anticoncorrenciais, multa decretada pela Autoridade Reguladora da Concorrência com o fundamento de que a empresa não tinha respondido a perguntas do regulador sobre metodologias de cálculo dos preços de venda.