Sexta-feira, Abril 25, 2025
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O mapa do investimento directo em Moçambique

Moçambique registou, em 2023, um total de 2,5 mil milhões de dólares em Investimento Directo Estrangeiro (IDE), representando um crescimento de 2,1% em relação ao ano anterior, de acordo com o Banco de Moçambique. Este desempenho reforça o interesse dos investidores internacionais no potencial económico do país, com destaque para sectores estratégicos como a indústria extractiva, energia, agricultura e turismo.

As Maurícias lideram o ranking dos países investidores, com um aporte de 1,12 mil milhões de dólares, equivalente a 44,7% do total investido. O foco principal das empresas mauricianas está na indústria extractiva, na indústria transformadora e em projectos relacionados à agricultura, alojamento e restauração.

A África do Sul aparece em segundo lugar, contribuindo com 635 milhões de dólares (ou 25,4% do total). O investimento sul-africano concentra-se na exploração de recursos naturais, em actividades financeiras e na produção e distribuição de electricidade.

Os Países Baixos ocupam a terceira posição, com 365 milhões de dólares investidos, representando 14,6% do total. A prioridade dos investidores neerlandeses recai sobre a indústria extractiva e logística, áreas em que o país tem mostrado um desempenho consistente nos últimos anos.

Outros países também contribuíram de forma significativa, como a Itália, que injectou 180 milhões de dólares (ou 7,2%), direccionados principalmente para energia e infra-estrutura, e a China, que investiu 15 milhões de dólares, cerca de 0,6% do total, focados na indústria transformadora e extractiva.

A Portugal coube uma contribuição de 12,5 milhões de dólares, ou 0,5% do total, alocando os seus recursos nos sectores de construção, transporte, alojamento e restauração. Já países europeus, como Espanha e outros parceiros da União Europeia, adicionaram aproximadamente 175 milhões de dólares (7%), impulsionando iniciativas nas áreas de turismo, agricultura e energias renováveis.

A análise sectorial dos investimentos revela que a indústria extractiva foi o principal destino, absorvendo 90,1% do total investido (cerca de 2,25 mil milhões de dólares), com destaque para projetos ligados ao carvão, gás natural e minerais preciosos. A agricultura, silvicultura e pesca representaram 2,1% do IDE, enquanto a produção e distribuição de electricidade, gás e água totalizaram 1,6% do montante global.

Estes números confirmam que Moçambique continua a atrair atenção global devido ao seu potencial em recursos naturais e às oportunidades de crescimento em sectores emergentes. No entanto, especialistas apontam para a necessidade de políticas que promovam maior diversificação do IDE e incentivem investimentos em áreas que possam gerar empregos e contribuir para o desenvolvimento sustentável.

Com o apoio dos principais parceiros internacionais, Moçambique reafirma o seu compromisso de criar condições para fomentar o crescimento económico e garantir um futuro promissor para todos os moçambicanos.

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