Moçambique espera produzir, no próximo ano, mais de 329 mil toneladas de grafite, matéria-prima necessária à produção de baterias para viaturas eléctricas, um aumento superior a 180% face ao desempenho deste ano, segundo a previsão do Governo.
Nos documentos de suporte à proposta do Plano Económico e Social do Orçamento do Estado (PESOE) para 2024, o Executivo moçambicano afirma que a produção da grafite “vai aumentar significativamente” no próximo ano, em relação às projecções de 2023.
Segundo os dados do Governo incluídos no relatório, que vai ser discutido e depois votado na 8.ª sessão ordinária parlamentar, que decorre em Maputo de 19 de Outubro a 21 de Dezembro, a estimativa de produção de 329 mil toneladas de grafite em 2024 representa um aumento de 180,2% face ao esperado para este ano.
Moçambique produziu 120 mil toneladas de grafite em 2020, desempenho que caiu para 77,1 mil toneladas no ano seguinte, enquanto as estimativas para 2022 e 2023 foram, respectivamente, de 182,1 mil e 117,4 mil toneladas.
Entretanto, no final de Agosto, o Governo moçambicano admitiu que a decisão da empresa mineira australiana Syrah Resources de suspender a produção de grafite no País compromete as metas de quantidades e receitas que o Estado tinha projectado.
A Syrah Resources anunciou, a 18 de Julho, a produção de 15 mil toneladas de grafite, em Abril, para baterias de carros eléctricos, que exporta do distrito de Balama, província de Cabo Delgado, norte de Moçambique.
Em declarações à Lusa, o director nacional de Geologia e Minas, Cândido Rangeiro, assinalou que a medida poderá comprometer as projecções na produção de grafite deste ano e as receitas para o Estado geradas por este minério.
“Ficamos tristes com isto, porque, na verdade, tínhamos projecções para a produção de grafite e esta meta, provavelmente, não será alcançada”, enfatizou Rangeiro.