Quinta-feira, Novembro 21, 2024
spot_img

Para transformação económica, Salimo Abdula desafia governos africanos a investir mais em infraestruturas

O empresário moçambicano Salimo Abdula defendeu, recentemente, em Marrakech, Marrocos, a necessidade dos governos africanos apostarem fortemente no investimento na rede de infraestruturas de modo a torná-la num factor impulsionador do desenvolvimento das economias a nível do continente.

Chairman do Grupo Intelec Holdings lançou o repto na V Edição do Choiseul Africa Business Forum, na qual foi convidado a elaborar sobre “URBANIZAÇÃO: ENTRE OS DESAFIOS E UM PAPEL CONDUTOR NA TRANSFORMAÇÃO ECONÓMICA EM ÁFRICA”, um tema, no seu entender, actual e de vital importância para o futuro das nações africanas.

“Reconhecemos que os governos têm dado alguns avanços para a melhoria de infraestruturas, mas é necessário investir mais para garantir que estes países tenham infraestruturas à altura de impulsionar os negócios e fazer crescer o empresariado, quiçá, a economia das pessoas. É preciso que se criem mais indústrias para manufaturar a produção local dos recursos que abundam neste continente. Isso irá criar mais postos de trabalho e alavancar as economias africanas para saírem da dependência externa”, defendeu Salimo Abdula.

Apesar de reconhecer que passos significativos foram dados ao longo dos anos, Salimo Abdula, que também é membro do Choiseul Africa Advisory Board, destacou que ainda subsistem desafios multiformes, a começar pelo crescimento acelerado da pobreza urbana, realidade que desafia as lideranças africanas a adoptar uma visão estratégica de modo inverter a tendência.

Aliás, no seu entender, é igualmente premente que os governos e órgãos de tomada de decisão reinventem-se para que os abundantes recursos sirvam aos africanos e contribuam para o desenvolvimento das nações, o que permitirá elevar os índices de competitividade do continente em relação ao resto do mundo.

Sobre a qualidade das infraestruturas, de modo geral, Salimo Abdula disse ser fundamental que se avance para uma reflexão profunda sobre o modelo que realmente pretendemos enquanto continente, respeitando naturalmente as especificidades de cada Nação. No entanto, alertou para a necessidade da concepção de políticas claras e capazes de prever a manutenção plena e efectiva das infraestruturas já existentes, sem descurar das que virão ser erguidas.

“Para minimizar a acelerada degradação de infraestruturas ou a ausência das mesmas, os Estados devem desenhar políticas claras que preveem a manutenção periódica da rede de infraestruturas já existentes. De nada valerá criar-se novas infraestruturas sem manutenção do que já existe. Temos que repensar se vale a pena construir 50 km de uma estrada quando a mesma tem uma extensão de 200 km degradados”, realçou.

A V Edição do Choiseul Africa Business Forum juntou à mesma mesa cerca de 800 líderes influentes que, durante dois dias, debateram sobre os melhores caminhos/estratégias sustentáveis para o futuro do continente africano. Este ano, a Choiseul Africa celebra uma década de promoção do desenvolvimento em todo o continente africano.

Entrevistas Relacionadas

CIP questiona estimativa da receita diária na fronteira de Ressano Garcia e aponta discrepâncias fiscais

Uma análise feita pelo Centro de Integridade Pública (CIP)...

Moçambique regista crescimento acentuado em Índice Global de Cibersegurança da ITU

Moçambique apresentou um avanço significativo no Índice Global de...

O mercado dos seguros gerou mais de 316 milhões de euros em prémios brutos no ano passado

O mercado segurador moçambicano gerou mais de 316 milhões...