O fortalecimento da governação corporativa voltou a dominar a agenda empresarial em Moçambique, desta vez no âmbito do Primeiro Congresso Nacional de Governação Corporativa, realizado no Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano, em Maputo. O encontro, promovido pelo Instituto de Governação Corporativa de Moçambique (IGCmz) com apoio do Standard Bank e da Universidade Politécnica, reuniu cerca de 300 participantes, entre gestores, académicos, políticos e especialistas nacionais e internacionais.
Na ocasião, a presidente do Conselho de Administração do Standard Bank, Esselina Macome, defendeu o investimento contínuo em novas tecnologias como elemento central para garantir boas práticas de governação, sublinhando que o país ainda se encontra numa fase incipiente nesse domínio. Para a dirigente, a transformação digital, impulsionada pela inteligência artificial, deve ser vista como uma aliada das instituições, ajudando a melhorar a tomada de decisões e a eficiência organizacional. “Hoje já não é possível uma organização operar sem tecnologia, e se pretende ser eficiente, precisa integrá-la nos seus processos”, afirmou, acrescentando que cabe aos conselhos de administração não apenas promover, mas também capacitar-se para acompanhar os desafios desta era digital.

Macome reforçou ainda a necessidade de avançar para modelos de conselhos de administração com maioria independente, em linha com padrões internacionais, alertando para a falta de uniformidade no país quanto à estrutura de governação entre diferentes sectores e instituições.
Por seu turno, o presidente do IGCmz, Daniel Tembe, reconheceu que a prática da boa governação continua a ser limitada na maioria das empresas nacionais, com exceção dos sectores bancário, segurador e multinacionais. Sublinhou, contudo, que questões de ética e integridade vão além da legislação e dependem do compromisso das organizações. O instituto, disse, tem vindo a apoiar as empresas com cursos de capacitação, palestras e apoio na formulação de códigos de conduta, de modo a estimular a transição gradual de mais companhias do sector informal para o formal.