Moçambique vai disponibilizar uma área de terra para que a Zâmbia construa um porto seco na província de Nacala, reforçando a cooperação bilateral e o potencial logístico do Corredor de Nacala, um dos mais estratégicos do continente africano.
O anúncio foi feito pelo Ministro dos Transportes e Logística da Zâmbia, Frank Tayali, no domingo, em declarações à emissora estatal Zambia National Broadcasting Corporation (ZBC). Segundo Tayali, a decisão foi confirmada pelo homólogo moçambicano, João Matlombe, durante o Global Transport Connectivity Forum 2025, realizado na Turquia.
Marco para a integração logística regional
Equipas técnicas de ambos os países irão trabalhar em conjunto para acelerar a formalização e implementação do projecto, que Tayali classificou como “um marco na cooperação bilateral” e uma medida que vai reduzir custos operacionais para o comércio zambiano.
A gestão do porto seco ficará a cargo da estatal Zamcargo, responsável também por instalações logísticas semelhantes na Namíbia e na Tanzânia.
Ligação estratégica ao Corredor de Nacala
O futuro porto seco surge integrado numa visão mais ampla da Zâmbia para dinamizar a sua infra-estrutura de transportes, nomeadamente através do projecto ferroviário Chipata–Serenje, que deverá ligar-se à linha Chipata–Mchinji no Malawi.
Com esta ligação, as mercadorias zambianas terão acesso facilitado ao Porto de Nacala, considerado um dos portos naturais mais profundos de África e peça central no escoamento de exportações e importações para os mercados internacionais.
A iniciativa reforça o posicionamento de Nacala como ponto logístico estratégico e confirma o papel de Moçambique como plataforma regional de comércio e transporte no eixo que liga o Oceano Índico ao interior da África Austral.