A produção de energia em Moçambique registou um aumento significativo de 15,3% nos primeiros seis meses de 2024, totalizando 10 097 812 MWh, conforme revelam os dados oficiais da execução orçamental de Janeiro a Junho. Este crescimento foi fortemente impulsionado pela produção hídrica, que representou 85,4% da energia gerada no País durante o período analisado.
O destaque vai para a Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), localizada na província de Tete, que se consolidou como a principal responsável por este desempenho. A barragem contribuiu com 8 396 380 MWh, o que equivale a 83,2% do total de energia hídrica gerada no país e representa 57,9% da meta anual estabelecida para 2024.
Contudo, a administração da HCB alerta para os desafios futuros, uma vez que o nível de armazenamento na albufeira da barragem tem apresentado sinais preocupantes. A 30 de Junho, a quota de armazenamento útil registava 316,98 metros, correspondente a 59,17% da capacidade total. Este nível reduzido é atribuído às fracas afluências decorrentes do fenómeno climático ‘El Niño’, caracterizado por precipitações abaixo da média.
Enquanto a produção hídrica apresentava este aumento, a geração de energia térmica sofreu uma queda de 8,9%, resultando em 1 431 364 MWh, o que corresponde a 14,2% da produção total de energia no país. A produção de energia solar também diminuiu, registando um decréscimo de 13,7%, com um volume de apenas 45 017 MWh, representando uma quota modesta de 0,4% do total produzido.
A Hidroeléctrica de Cahora Bassa mantém-se como um pilar crucial na matriz energética de Moçambique, mas os efeitos climáticos e as condições hídricas adversas poderão impactar significativamente a sua capacidade de produção nos próximos meses. A barragem, que se destaca como a quarta maior albufeira de África, cobre uma área de 2700 quilómetros quadrados, com uma profundidade média de 26 metros, e estende-se por 270 quilómetros em comprimento, com uma largura máxima de 30 quilómetros.