O Banco de Moçambique (BdM) avançou que as reservas feitas pelos bancos moçambicanos observaram uma queda pelo segundo mês consecutivo, situando-se nos 251,1 mil milhões de meticais (3,8 mil milhões de dólares) em Maio.
O relatório estatístico da instituição recordou que, em Março, o volume destas reservas verificou um recorde ao fixar-se nos 255,1 mil milhões de meticais, condição que começou a alterar-se em Abril, após queda para 254, 2 mil milhões de meticais.
“As reservas obrigatórias dos bancos comerciais estavam fixadas no coeficiente de 10,5% em moeda nacional e 11% em moeda estrangeira no início de Janeiro de 2023”, explicou o documento, divulgado nesta Quinta-feira, 11 de Julho, pela Lusa.
De acordo com o banco central, “nos primeiros seis meses do ano passado, o Banco de Moçambique aumentou por duas vezes esse coeficiente, com o argumento de ser necessário para absorver a liquidez excessiva no sistema bancário, com potencial de gerar uma pressão inflacionária”.
“O último desses aumentos aconteceu em Junho, chegando a 39% dos depósitos em moeda nacional e 39,5% no caso de moeda estrangeira a ficarem em reserva bancária”, acrescentou.
Após este aumento, a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) considerou que a decisão tornava ainda mais caro contrair financiamento bancário, mecanismo essencial numa economia de Pequenas e Médias Empresas.
Na mesma ocasião, economistas nacionais consideraram “nociva” para as empresas a decisão do BdM de aumentar os coeficientes de reservas obrigatórias, assinalando que a medida “não vai resolver” a espiral de inflação, porque esta “variável” é condicionada por “problemas estruturais”.